A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (13) projeções macroeconômicas para o Brasil em 2025. Segundo a pasta, a inflação dos alimentos deverá recuar até o fim do ano, refletindo um cenário climático mais favorável, safras recordes e o fim da reversão do ciclo de abate de bovinos. “A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vai ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar o preço de frutas e hortaliças, entre outras”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.
O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar devido ao fim da reversão do ciclo de abate – período em que vacas são destinadas ao abate após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado – aumentando a oferta de animais. “O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar. Então nós estamos vendo tudo isso ajudando na [contenção da] inflação de alimentos”, acrescentou Raquel Nadal.
A subsecretária destacou que o preço do café e do leite em 2024 foi pressionado por estiagens e queimadas ocorridas no segundo semestre. Já a inflação no preço da laranja foi atribuída ao greening, doença que afeta a produção de cítricos. O maior impacto nos preços dos alimentos no ano passado, segundo ela, foi decorrente da reversão do ciclo de abate de bovinos. A queda no abate, somada ao crescimento expressivo das exportações em 2024, resultou em um aumento de mais de 19% nos preços das carnes bovinas. “A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% em vez de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%”, ressaltou Nadal.
Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), variação semelhante à registrada em 2024.