A onda de calor que afeta nove estados e o Distrito Federal deve permanecer até a próxima segunda-feira, 24 de fevereiro. Durante esse período, as temperaturas podem superar em mais de 5°C a média esperada para o mês. O fenômeno atinge as regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste, caracterizando-se por altas temperaturas e baixa incidência de chuvas. Esse cenário é provocado por um bloqueio atmosférico gerado por uma área de alta pressão localizada no centro do país, que dificulta a entrada de frentes frias.
No Sul do Brasil, as condições climáticas contrastam com o restante do país. Espera-se chuva mais intensa acompanhada por rajadas de vento no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, devido à aproximação de uma frente fria que, no entanto, não consegue avançar para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Já no Ceará, Norte do Piauí, Norte do Maranhão, Norte do Pará e Amapá, a previsão é de temporais causados pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que atua como um corredor úmido próximo à linha do Equador.
Segundo o meteorologista Fábio Luengo, “enquanto os extremos Norte e Sul registram temporais, as regiões do centro do Brasil permanecem quentes e com pouca chuva em razão da onda de calor”. Ele explica ainda que as precipitações em áreas como São Paulo, sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e Mato Grosso do Sul tendem a ser isoladas e de caráter convectivo, formadas pelo calor e umidade, sem abrangência generalizada.
Para que se classifique como onda de calor, as temperaturas precisam estar 5°C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos. Esse bloqueio atmosférico não só eleva as temperaturas como também impede a formação de grandes nuvens de chuva. A continuidade do fenômeno deve levar capitais a registrarem as maiores temperaturas do ano, como São Paulo (34°C), Rio de Janeiro (41,3°C), Vitória (36,5°C) e Belo Horizonte (34,4°C).