Uma obra de pavimentação muito esperada pelos moradores da rua Nivanor Bernardi, em Campina Grande do Sul, acabou se tornando um transtorno na vida da psicanalista Maria Walfrida Kume, de 70 anos.
A moradora afirma que devido às obras na via ela teve a água de sua residência cortada e, se não bastasse, ainda levou uma multa de R$ 17 mil aplicada empresa de saneamento. Ela disse também ter sofrido calúnia e invasão de sua propriedade. Dois boletins de ocorrência sobre o caso foram registrados pela denunciante junto à Delegacia de Polícia Civil do município.
Em conversa com o Jornal União, Maria Walfrida se mostrou indignada com toda a situação que está vivenciando. Segundo ela, o problema se iniciou com a retomada recente nas obras de pavimentação da rua Nivanor Bernardi. Ela alega que um dos maquinários da Prefeitura arrancou o relógio de medição de água de sua chácara, no bairro Araçatuba.
Por conta da retirada e desaparecimento do equipamento pertencente à Sanepar, a companhia de saneamento ao tomar ciência do caso, aplicou o pagamento de uma multa contra a moradora. “Fui até a Sanepar relatar que estava sem água, pois a Prefeitura havia arrancado meu relógio. Saí de lá com uma multa pra pagar no valor de R$ 17 mil”, desabafa.
Maria Walfrida conta que chegou a ir na Prefeitura, mas segundo ela, os servidores públicos que a atenderam fizeram pouco caso da situação e ainda a chamaram de “ladra”. “Saí de lá indignada. Fui destratada e humilhada. Me acusaram de ter dado o sumiço com o relógio medidor, disseram que aquilo poderia me dar cadeia e que eu estava passando a responsabilidade pra Prefeitura pra não pagar a multa”, diz ela, que registrou um B.O. por “calúnia” contra dois servidores municipais.
Durante as obras de pavimentação, a moradora havia permitido que os trabalhadores contratados pela Prefeitura construíssem uma boca de lobo para drenagem da água dentro de sua chácara, mas depois do ocorrido, ela proibiu a entrada dos servidores na propriedade. E esse foi o motivo do segundo boletim policial registrado por ela como “violação de domicílio”. “Um belo dia eu chegando em casa, flagrei dois funcionários dentro de minha propriedade. Eles pularam o muro usando uma escada, cortaram a cerca elétrica e saíram correndo quando me viram”, conta.
A moradora chegou a dividir a multa em várias parcelas, mas segundo ela o parcelamento não foi para ela arcar com a responsabilidade, mas para servir como mais uma prova contra os envolvidos. “Vou procurar meus direitos e um advogado para cuidar do caso. Isso não ficar assim!”, conclui.
O Jornal União procurou a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Logística e a Sanepar para comentar o caso. O secretário municipal responsável pela pasta, Leandro Martins, disse em poucas palavras que a versão relatada pela munícipe contradiz a versão apresentada pela Sanepar.
A Sanepar, por meio de nota, afirmou que identificou uma ligação irregular na propriedade da moradora. “A Sanepar identificou no local uma ligação irregular de água, o que resulta em sanção administrativa conforme o Regulamento de Serviços Básicos de Saneamento do Paraná (Resolução 003/2020) da Agepar. Ligação irregular é passível de aplicação de sanção pecuniária, além de ser considerada furto”, inicia.
A nota continua dizendo: “Em qualquer situação de dano, problema ou mau funcionamento do cavalete, é obrigação do cliente acionar a Sanepar pelos canais de atendimento que funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana, o que não ocorreu neste caso”, conclui a companhia.