O Governo do Estado do Paraná anunciou a compra de 93 cães para reforçar as atividades de policiais e bombeiros estaduais. O edital para o processo licitatório foi lançado nesta quarta-feira (5) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), com previsão de investimento de R$ 5,5 milhões. O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou que a medida complementa outras iniciativas, como a aquisição de helicópteros, viaturas e armamentos para as forças de segurança.
“Esse é um complemento do trabalho dos nossos policiais, pois os cães são muito eficientes não apenas no policiamento ostensivo, mas também no combate ao tráfico de drogas, no socorro a vítimas de desastres e em ações de fiscalização”, destacou o governador. “O Paraná vive o menor índice de criminalidade nos últimos 17 anos, fruto dessa estratégia de reforço estrutural e de valorização das forças de segurança pública, o que passa pelo aumento de 50% no efetivo de cães de faro à disposição dos policiais e bombeiros do Estado”, acrescentou.
Atualmente, a Sesp conta com cerca de 200 cães distribuídos por todo o Estado, atuando em diversas corporações, como a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Científica, a Polícia Penal e a Polícia Civil. Os cães desempenham funções no Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Polícia Rodoviária, Núcleo de Operações com Cães e no Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost).
O secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, ressaltou a importância desses animais nas operações. “Os cães têm ajudado os policiais paranaenses a baterem recordes de apreensão de drogas no Estado, assim como na localização de criminosos”, afirmou. “Por meio do Gost, estes animais também têm sido enviados para outros estados, como o Rio Grande do Sul, para ajudar no salvamento a vítimas de desastres.”
O edital prevê a aquisição de 78 cães adultos, com idades entre 12 e 36 meses, já treinados para suas funções, e 15 filhotes, que passarão por treinamento específico para atuarem na busca de pessoas e detecção de entorpecentes, armas e munições. As raças selecionadas incluem pastores alemão, belga e holandês; bracos alemão, húngaro, de avergne e francês; retriever do labrador; beagle; bloodhound; border collie; weimaranar; blue heeler e red heeler.
De acordo com o diretor Estrutural da Sesp, major Cecílio Campiolo, a aquisição via pregão eletrônico ocorrerá gradativamente, em um período de vigência de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano. Ele explicou que o modelo atende às diferentes necessidades das corporações e torna o processo mais eficiente. “Algumas corporações já contam com policiais treinados e capacitados para treinar os cães, enquanto outras ainda não têm esse profissional e precisam de um animal que já esteja treinado e pronto para atuação”, justificou Campiolo.
Durante o projeto de aquisição, a Sesp fará adaptações na estrutura para receber os animais e treinar mais policiais. O modelo de contrato foi inspirado em análises realizadas com outras forças policiais do Brasil e do exterior, buscando maior eficiência e agilidade no processo. “Com este contrato, temos mais garantias legais em relação ao emprego dos animais e um uso mais eficiente dos recursos públicos”, afirmou Campiolo.
A Companhia Independente de Operações com Cães (CIOC), criada no ano passado por decreto assinado pelo governador Ratinho Junior, também será beneficiada pelo reforço no efetivo canino. A CIOC, com sede em Curitiba e subordinada ao Comando de Missões Especiais (CME), é responsável pelo Canil Central da PMPR, localizado no bairro Pilarzinho, onde já conta com 28 cães treinados para diferentes finalidades, como faro de explosivos e drogas, além de busca e captura de suspeitos.
O comandante interino da CIOC, capitão Marcelo Hoiser, avaliou a medida como um avanço significativo. “Tanto para nós quanto para a população do Paraná significa um grande avanço. Embora a criação própria seja extremamente necessária, quando você adquire um cão pronto aos moldes do que está sendo feito agora, você tem um ganho enorme de eficiência”, enfatizou.
Ele explicou que operações como fiscalizações em terminais rodoviários se tornam mais rápidas e assertivas com o uso de cães, que substituem a necessidade de revisões individuais de bagagens. Dos 53 cães previstos para a Polícia Militar, muitos atuarão imediatamente como reposição de animais que se aposentarão em 2025 e 2026. Após a chegada, os cães passarão por avaliação e devem começar a operar em até 30 dias.
Os 15 filhotes, por sua vez, receberão treinamento desde cedo por policiais formados, incluindo instrutores da CIOC. O processo começa com brincadeiras e envolve estímulos específicos de acordo com a futura função do cão, como controle de multidões, busca e captura de pessoas ou localização de drogas e armas.
Outro ponto avaliado pela Sesp é a adoção do modelo K9, inspirado nas polícias dos Estados Unidos. Esse sistema consiste em permitir que os cães vivam com seus condutores, fora do horário de serviço, criando um vínculo mais forte entre animal e agente, além de promover bem-estar ao cão e assegurar treinamento contínuo de disciplina mesmo fora do ambiente de trabalho.