O prefeito Eduardo Pimentel participou, na última quinta-feira (22), de uma reunião técnica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Durante o encontro, foi apresentado o cenário epidemiológico da cidade e o planejamento do plano de contingência para atendimento de síndromes respiratórias gripais no SUS Curitibano.
Neste ano, entre janeiro e 21 de maio, mais de 210 mil pessoas foram atendidas em Curitiba com sintomas respiratórios nas unidades de saúde (US), UPAs e na Central Saúde Já. No mesmo período de 2024, esse número foi maior, com 291 mil atendimentos. Apesar da redução no total de atendimentos respiratórios em 2024, o volume tem aumentado há três semanas consecutivas, motivando a divulgação do plano de contingência para lidar com o aumento sazonal de casos.
“A Prefeitura está fazendo a sua parte da melhor maneira. Vamos reforçar o atendimento na ponta, mas a população precisa ajudar e fazer a sua parte. Vacinar-se e, se tiver sintomas de gripe, evitar contato com outras pessoas e usar máscara”, destacou o prefeito Eduardo Pimentel. Ele também reforçou a necessidade da vacinação contra a gripe, que já está disponível em Curitiba para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade.
A secretária municipal da Saúde, Tatiane Filipak, alertou para a importância de que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sejam procuradas apenas em casos de urgência e emergência, já que quadros leves acabam sobrecarregando essas unidades. Ela orientou que, em casos leves, as pessoas utilizem a Central Saúde Já pelo número 3350-9000: “Por isso, a gente pede à população ligar na nossa Central 3350-9000 se o quadro for leve. Desta forma, o paciente vai passar por um videoatendimento com um médico e já recebe a receita via aplicativo, o atestado, a orientação e algo importante: se estiver com algum sintoma grave, a nossa Central já aciona a retaguarda. Se precisar, vai acionar o Samu, que irá à casa do paciente levá-lo até a UPA.”
Tatiane destacou também que 85% dos pacientes que procuram a UPA são classificados como não urgentes (cor verde na classificação de risco). Essas pessoas poderiam buscar agendamento em unidades de saúde ou utilizar a Central Saúde Já.
O plano de contingência da SMS é estruturado em níveis de ações, que serão aplicados conforme o cenário epidemiológico e assistencial, sempre monitorados pelo Comitê de Técnica e Ética Médica da SMS.
Ações previstas em cada nível do Plano de Contingência:
Nível 0 – Ações já ativadas:
- Campanhas de comunicação sobre a importância das medidas de prevenção e transmissão das doenças respiratórias agudas;
- Sensibilização da população para a busca do equipamento adequado de atendimento (US, Central Saúde Já e UPA);
- Intensificação da campanha de vacinação contra a gripe para todas as faixas etárias (iniciada em 1º de abril para públicos prioritários e, a partir de 10 de maio, aberta a todos os públicos);
- Monitoramento dos dados epidemiológicos, da taxa de ocupação dos leitos e do tempo de espera para atendimento médico nas UPAs;
- Estudos para ampliar o número de profissionais médicos na Atenção Primária à Saúde, priorizando unidades de saúde próximas de escolas e com maior demanda;
- Estudo de ampliação de recursos humanos nas UPAs;
- Dimensionamento de recursos necessários para atender casos suspeitos ou confirmados de SRAG (insumos, equipamentos, TI e logística);
- Mapeamento da Rede Hospitalar para possível ampliação de leitos;
- Capacitação das equipes sobre o fluxo de atendimentos de doenças respiratórias agudas.
Nível 1 – Ações em andamento:
- Intensificação da vigilância sanitária em unidades sentinelas sobre os principais vírus circulantes;
- Monitoramento da ocupação de leitos com visitas diárias de auditores aos hospitais;
- Divulgação contínua de medidas de controle para doenças respiratórias;
- Direcionamento dos atendimentos conforme a gravidade clínica (US, Central Saúde Já e UPAs);
- Cabines para teleatendimentos em UPAs (Sítio Cercado, Boa Vista, Cajuru e Fazendinha). Pacientes com sintomas leves são encaminhados aos teleatendimentos, reduzindo o tempo de espera;
- Ampliação de 10 leitos de UTI adulto no Hospital Municipal do Idoso;
- Estratégias extramuro para ampliar a vacinação (ação em escolas, órgãos públicos, Ceasa, Ruas da Cidadania, e com parcerias em igrejas, supermercados e shoppings);
- Realização de encontros do Comitê Municipal de Respostas para Emergências em Saúde Pública, do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e outros órgãos.
Nível 2 – Próximas ações:
- Implantação do eixo Y nas UPAs, para separar os fluxos de casos respiratórios e de outros atendimentos;
- Implantação de equipes de resposta rápida nas UPAs, com ampliação de carga horária médica nos períodos de maior demanda;
- Reforço nas escalas médicas das unidades básicas no final da tarde, otimizando o atendimento após o horário escolar;
- Ampliação das equipes do programa Saúde em Casa, com aumento no atendimento domiciliar e desospitalização.
Nível 3 – Ações que podem ser desencadeadas, em caso de necessidade:
- Ampliação de leitos: 30 leitos de UTI adulto, 10 de UTI pediátrica e 30 leitos clínicos;
- Transformação do Hospital Bairro Novo em retaguarda para pediatria;
- Avaliação da necessidade de reduzir cirurgias e procedimentos eletivos.
O planejamento é constantemente revisado e ajustado, de acordo com as necessidades de saúde pública em Curitiba.