O preço do diesel sofrerá um novo aumento na próxima semana devido à reoneração do PIS/Cofins. Atualmente zerado, o valor da alíquota passará a ser de R$ 0,11 por litro a partir do dia 5 de setembro. Distribuidoras, Petrobras e Acelen definiram conjuntamente esse novo valor em uma reunião realizada nesta terça-feira.
A expectativa é de que essa mudança na alíquota do PIS/Cofins resulte em um acréscimo de 1,7% no valor do diesel nas bombas. Esse aumento ocorre em um momento de escalada nos preços. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o diesel apresentou aumentos consecutivos nos postos nas últimas quatro semanas. Na semana anterior, por exemplo, o preço médio do litro subiu 10%, atingindo R$ 5,93.
A reunião das empresas do setor foi realizada para definir a data de entrada em vigor desse aumento de alíquota, tendo em vista que a MP 1175, que trata da redução dos impostos sobre a compra de veículos, estabeleceu uma isenção por 91 dias após a publicação no Diário Oficial, ocorrida em 6 de junho. Entretanto, a Constituição prevê um prazo de 90 dias, observa Dietmar Schupp, consultor de preços de combustíveis.
Após a reunião, ficou acordado que o aumento entrará em vigor em 5 de setembro. Além desse aumento em setembro, haverá um acréscimo adicional de R$ 0,02 no PIS/Cofins em outubro. Em janeiro, a alíquota volta a ser integral, acarretando um aumento de R$ 0,35 por litro de diesel.
O aumento dos impostos ocorre em conjunto com a recente elevação de preços realizada pela Petrobras nas refinarias em meados de agosto. Nesse reajuste, o preço do litro passou de R$ 3,02 para R$ 3,80, marcando a primeira alta sob a gestão atual de Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
Apesar disso, o preço do petróleo no mercado internacional continua em ascensão, atingindo US$ 84,86 nesta terça-feira, um aumento de 0,52%. Isso significa que, mesmo com o reajuste feito pela Petrobras no mês anterior, os preços praticados pela estatal ainda estão defasados em relação à cotação internacional.
Segundo a Abicom, associação que reúne as importadoras, a Petrobras vende o diesel a 12% abaixo da cotação internacional, enquanto a defasagem na gasolina é de 9%.
Desde 16 de maio, a Petrobras adotou uma nova política de preços, abandonando a política de paridade de importação (PPI). Agora, a estatal considera os custos internos de produção, os preços dos concorrentes em diferentes mercados no país e as parcelas de combustíveis produzidas no Brasil ou adquiridas no exterior.