O desastre no Rio Grande do Sul já causa perdas significativas, tanto sociais e econômicas quanto humanas. Milhares de pessoas estão desabrigadas, mais de cem morreram, fazendas foram destruídas, animais ficaram isolados, aeroportos alagaram e cidades inteiras foram afetadas. Esse cenário será estudado pelo Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Emergência Climática, que investiga fenômenos desse tipo.
O Napi propõe soluções sustentáveis baseadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a iniciativa da Fundação Araucária envolve pesquisadores da UEL, UEM, Unicentro, Unespar, Unioeste, UEPG, UFPR, UTFPR e PUC-PR.
Atuando em cinco eixos temáticos, o Napi aborda desde o diagnóstico das mudanças climáticas até a adaptabilidade e resiliência humana, focando no Paraná. De acordo com a plataforma iAraucária, o projeto envolve 50 pesquisadores e bolsistas.
Marcos Robalinho Lima, professor da UEL e membro do Napi, destaca os grandes impactos das mudanças climáticas na biodiversidade paranaense. O grupo estuda a biodiversidade, modelos de distribuição de espécies e agrícolas, e avalia locais mais adequados para a produção agrícola com base em variações climáticas futuras.
“Avaliamos se determinado local é melhor ou não para a produção de soja ou milho, considerando as questões climáticas e previsões para os próximos anos,” explica Lima, coordenador do Napi Biodiversidade. A Fundação Araucária mantém 50 redes de pesquisa sobre diversos temas.
Outras linhas de pesquisa do Napi incluem o estudo de espécies invasoras, a viabilidade de árvores nativas como a araucária em regiões mais quentes e o aumento de pragas urbanas como escorpiões, decorrente do aumento da temperatura.
“As mudanças climáticas são multifatoriais e afetam todas as áreas,” avalia Lima.
O Napi Emergência Climática reúne profissionais de diversas áreas, como geógrafos, educadores, engenheiros e biólogos, buscando soluções viáveis para enfrentar a crise climática. “O alerta é dado há anos por ambientalistas e pesquisadores. As reações de perplexidade frente à crise climática e aos episódios recorrentes de enchentes e outros problemas ambientais não podem mais ser ignoradas,” afirma.
O projeto inclui ações de conscientização sobre a questão climática. Com três anos de duração, o Napi Emergência Climática conta com um investimento de R$ 3,2 milhões do Governo do Estado, via Fundação Araucária, sendo R$ 2,1 milhões destinados a bolsas estudantis.