Os atendimentos individuais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para diabetes e hipertensão aumentaram significativamente nos últimos dois anos. Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde, revela que o número de atendimentos tem crescido constantemente nesta década.
No Paraná, o diabetes é a 3ª principal causa de mortalidade prematura em pessoas de 30 a 69 anos, conforme uma série histórica de 2018 a 2022. Em 2022, foram realizados 1.540.294 atendimentos individuais, enquanto em 2023 esse número aumentou para 2.285.225, um crescimento de 48%. Até junho deste ano, mais de 1,6 milhão de atendimentos já foram registrados, indicando uma tendência de aumento.
A situação da hipertensão arterial é similar. Nos últimos dois anos, os registros de atendimento passaram de 1.584.410 em 2021 para 4.659.029 em 2023, um aumento de 194%. Desde janeiro deste ano, já foram registrados mais de 2,4 milhões de atendimentos.
O atendimento a pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, geralmente começa pela UBS. Segundo a coordenadora de Promoção da Saúde da Sesa, Elaine Cristina Vieira, manter uma alimentação saudável é crucial tanto para prevenir quanto para gerenciar essas doenças.
“Para o controle da glicemia, peso corporal e pressão arterial, é necessário manter uma rotina alimentar baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, incluindo vegetais, grãos e carnes, e evitar alimentos ultraprocessados, que são ricos em açúcar, sal, gorduras e aditivos”, alertou. “Além disso, a prática regular de atividades físicas também melhora o controle glicêmico, reduz os fatores de risco cardiovascular, contribui para a perda de peso e aumenta a sensação de bem-estar.”
Elaine também destacou que o Governo do Paraná monitora permanentemente a saúde dos paranaenses em todos os níveis, resultando em um aumento de 89% no número de pessoas com estado nutricional avaliado nas Unidades de Saúde da Atenção Primária entre 2019 e 2022. A avaliação inclui marcadores do consumo alimentar, e os dados indicam uma alta prevalência de excesso de peso e maus hábitos alimentares, com consumo excessivo de bebidas adoçadas e alimentos ultraprocessados.
Diabetes
O Diabetes Mellitus (DM) é causado pela produção insuficiente ou resistência à ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável por metabolizar a glicose, transformando-a em energia para o corpo. A hiperglicemia persistente pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos.
As principais formas de diabetes incluem Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional. Identificar o tipo é fundamental para o tratamento adequado.
Hipertensão
A hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial que pode ser assintomática e silenciosa, caracterizada pela elevação da pressão arterial acima de 120mmHg de pressão máxima e 80mmHg de pressão mínima.
Para melhorar o tratamento e prevenção, a Sesa adota o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC), que visa melhorar a resolutividade do atendimento aos usuários com hipertensão arterial e diabetes, por meio da estratificação de risco das pessoas com essas doenças.
Ações para o cuidado
Além dos trabalhos desenvolvidos pela Sesa no SUS Paraná, por meio das Linhas Guia de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, estratificando o risco de cada pessoa para cuidados de saúde mais adequados, a pasta realizou neste primeiro semestre vários encontros sobre o tema.
Cinco capacitações sobre o cuidado de pessoas com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus foram realizadas como parte dos workshops do PlanificaSUS. Este programa de educação permanente visa desenvolver a competência das equipes para planejar e organizar a atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários, baseado em diretrizes clínicas, conforme o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC).
Os workshops aconteceram na macrorregião de saúde Leste, abrangendo União da Vitória, Ponta Grossa, Guarapuava, Irati, Paranaguá e Telêmaco Borba, reunindo mais de 700 profissionais. Os objetivos incluem compreender os conceitos de condições de saúde, estratificação de risco, gestão da condição de saúde e macroprocessos organizados das linhas de cuidado para condições crônicas na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Atenção Ambulatorial Especializada (AAE).
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná.