O Natal será com a família reunida e diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que retornaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), por meio do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares após quatro meses de estudos na América do Norte. Outros estudantes participantes devem retornar em janeiro.
Ao todo, mil estudantes de escolas públicas do Paraná participaram do programa em 2024, com todas as despesas pagas pelo Governo do Estado. O processo seletivo mobilizou mais de 12 mil candidatos. A próxima edição, prevista para 2025, será ainda maior, envolvendo 1,2 mil alunos enviados a cinco países de língua inglesa — Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido. Durante seis meses, os participantes frequentarão cursos equivalentes ao Ensino Médio brasileiro.
De acordo com Marlon de Campos, chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), a edição de 2024 do programa foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano em que tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, afirmou. “Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com sua família, com sua escola, com seu espaço. Quando experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, destacou.
Entre os intercambistas que desembarcaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, aluna do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no norte do Paraná. Para ela, a maior conquista foi a independência. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que conseguiria”, contou.
Isabella também relatou como experimentou a imersão cultural. “Fui líder de torcida e gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas, mais do que isso, perceber que você pode alcançar algo quando realmente se dedica. Uma oportunidade incrível, que eu nunca imaginei que teria, mas que, graças ao Ganhando o Mundo, consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, declarou entre lágrimas enquanto reencontrava os pais. A família da jovem enfrentou 350 quilômetros de estrada para buscá-la no aeroporto, uma distância modesta quando comparada ao oceano que os separava.
“A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu, daqui, acompanhando todos os dias, dando força nos momentos difíceis, acreditando que tudo ia dar certo”, emocionou-se Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella. “Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Foi um presente de Natal receber nossa filha de volta. Ela cresceu muito, fez amizades e foi muito bem acolhida pela família americana”, completou.
Já Pedro Moreira Silva, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, destacou o esporte como principal diferencial da experiência norte-americana. “Eu não teria essa oportunidade de estudar em uma verdadeira high school se não fosse pelo programa. Uma das coisas mais legais foi participar das atividades esportivas: joguei no time de futebol americano e aprendi um pouco de wrestling”, contou.
Além do esporte, Pedro celebrou o aprimoramento do inglês. “Meu inglês melhorou muito, o que vai ajudar na busca por um bom emprego. Também descobri coisas novas, como comidas típicas, e tive a chance de ver neve. Foi incrível”, disse. Presente na chegada do filho, Katyussa Maiara Moreira descreveu a ansiedade do reencontro: “A gente fala que não vai ficar nervosa, mas é impossível. É um orgulho como mãe vê-lo conquistando tanto. No começo foi difícil, mas sempre estivemos perto, mesmo longe, conversando todos os dias pelo WhatsApp”. O pai de Pedro, Rodimar Silva, comemorou: “Agora ele está aqui conosco para passar o Natal e o Ano-Novo, algo que desejávamos muito”.
Outra intercambista repleta de histórias é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, em Mandirituba. Recebida no aeroporto por amigos e familiares, ela destacou como a imersão contribuiu para seu crescimento pessoal. “Apesar da saudade, sabia que isso seria para meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que adquiri foram incríveis. Uma experiência única de viver em outro país, com outra família e outra cultura”, afirmou.
Amanda também comentou sobre a conexão desenvolvida com as pessoas que conheceu durante a experiência. “Deixei minha segunda família nos Estados Unidos, mas agora meu coração está cheio de alegria por rever todos aqui e perceber o quanto sou amada. Quero compartilhar essa vivência com outras pessoas, inspirando-as a participarem do programa”, concluiu.
O programa Ganhando o Mundo teve início em 2022 e, desde então, só cresce. A edição piloto levou 100 alunos ao Canadá. Posteriormente, em 2023, outros 100 foram enviados à Nova Zelândia, e o projeto foi expandido para incluir professores, com 96 docentes indo ao Canadá e à Finlândia. Além disso, 40 alunos estudaram na França por um semestre letivo.
Em 2024, o número de intercambistas chegou a mil, ampliando os destinos para países como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. No mesmo ano, 100 diretores de escolas participaram de um intercâmbio de curta duração no Chile. O próximo ciclo, programado para 2025, contará com 1,2 mil alunos da rede pública enviados a cinco países de língua inglesa.
Também em 2025 será lançada uma iniciativa inédita voltada a alunos de cursos técnicos em agropecuária e áreas correlatas. Cem estudantes viajarão para Iowa, nos Estados Unidos, reconhecido por sua excelência em tecnologia agrícola e liderança no cinturão do milho, um dos mais importantes polos agrícolas do planeta.