Alunos participantes do programa de intercâmbio da Secretaria de Estado da Educação (Seed) expressam a saudade das mães, mas destacam a oportunidade única de estudar fora do Brasil. Para celebrar o Dia das Mães neste domingo (11), estudantes e suas mães planejam trocar mensagens de carinho por chamadas de vídeo e internet.
Julia Sophia Ludvich, aluna do Colégio Estadual Tiradentes, e sua mãe, Luciane do Carmo Ludvich, técnica em instalação de internet, estarão separadas por cerca de 11,3 mil quilômetros. Julia está em Palmerston North, na Nova Zelândia, enquanto Luciane permanece em São José dos Pinhais. Apesar da distância, a estudante de 15 anos e sua mãe manterão a tradição de celebrar a data, ainda que virtualmente. “Normalmente, acordamos tarde, vamos almoçar fora e meus irmãos vão à minha casa para assistirmos um filme ou algo assim. Dessa vez, a comemoração vai ser virtualmente, conversando por ligação mesmo”, relata Julia.

Na Nova Zelândia desde fevereiro, Julia enfrenta uma intensa rotina de estudos para aprimorar o idioma e aprender diferentes áreas do conhecimento. “Esse intercâmbio vai contribuir para minha formação em basicamente tudo. Aprender inglês, sair da zona de conforto e mudar completamente a rotina. Eu aprendi a me virar sozinha, e isso é uma das coisas que vou levar daqui”, compartilha a jovem. Luciane admite a mistura de sentimentos em relação à distância: “Do nada, eu penso ‘meu Deus, a Julia está longe!’, mas logo em seguida me vem o orgulho. A família que a acolheu é muito carinhosa com ela. Isso me deixa mais calma e feliz”.
Outra história de saudade e orgulho é a de Zaniele Chamberlain e seu filho Erick Cauã Desplanches, de Cerro Azul. Erick, também com 15 anos, está em intercâmbio no Canadá desde fevereiro, pelo programa Ganhando o Mundo. Mãe e filho, que costumavam passar a data juntos, com reuniões em família, celebrarão o Dia das Mães separados por mais de 7 mil quilômetros. “Tem sido difícil lidar com a saudade do meu filho, porque ele sempre foi meu companheiro para todas as coisas. É um misto de alegria e saudade ao mesmo tempo”, desabafa Zaniele, que é professora no Colégio Estadual Princesa Izabel, onde o filho estudava.

Erick, de novato em Bridgewater, no Canadá, vê a mãe como “um ponto de partida, um ponto de impulso”. Ele explica como a mãe o motiva a superar desafios: “Às vezes estou passando por algum tipo de dificuldade, ela me dá um conselho e tira um peso que estava dentro de mim. Vou ficar muito feliz quando eu puder dar um abraço de novo na minha mãe”. O reencontro está previsto para o final de junho, quando os intercambistas retornam ao Brasil.
Nicolas de Souza, de 15 anos, estudante do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara em Guarapuava, vive uma experiência similar na cidade de Pukekohe, na Nova Zelândia. Ele celebra o acolhimento recebido por sua família anfitriã: “Me acolheram muito bem desde o começo, e tenho uma ótima relação com minha host mom (mãe anfitriã). Com certeza, vamos comemorar o Dia das Mães para reconhecer o valor que ela tem e o valor das mães de todo o mundo”. Ele admite o desafio de passar a data longe de sua mãe biológica: “Minha mãe é meu tudo. Ela que me gerou, me educou e me mostrou o caminho para conquistar o intercâmbio em que estou agora. Tudo que eu sou, eu devo a ela”.

Promovido pelo Governo do Paraná, o Ganhando o Mundo é o maior programa de intercâmbio estudantil do Brasil, levando centenas de estudantes da rede estadual para experiências em outros países. Para os participantes, as distância e a saudade das mães são compensadas pela vivência de novas culturas, aprendizado de idiomas e os benefícios de um futuro promissor.