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Tio Sam: Memórias de uma Era - o ex-frequentador que hoje é dono de bar

Quem vê hoje o empresário Gilmar Ferreira, 55 anos, dono do tradicional Bar do Gema no Jardim Paraná, em Colombo, talvez não imagine que sua história com a vida noturna começou bem antes – lá nos anos 80, com muitas aventuras, mentirinhas inocentes para a mãe e finais de semana embalados ao som de Fleetwood Mac e Modern Talking no extinto Tio Sam, lendária casa noturna de Campina Grande do Sul.

Aos 14 anos, Gilmar fez o que muitos adolescentes da época faziam: disse que ia dormir na casa da avó, mas na verdade estava a caminho da famosa balada da região. “Eu morava no Bacacheri e pegava o ônibus do próprio Tio Sam, que saía do Santa Cândida. Na volta, descia no DR e ia pra casa como se nada tivesse acontecido”, relembra, rindo.

Tio Sam: Memórias De Uma Era - O Ex-Frequentador Que Hoje É Dono De Bar
Fotos: Arquivo pessoal / Gilmar Ferreira. Na foto, Gilmar recebe no Bar do Gema a visita de Campolino, um dos proprietários do Tio Sam.

As noites no Tio Sam eram uma mistura de música, dança e histórias que até hoje reverberam nas rodas de conversa. “Era o point da região metropolitana. Campina, Quatro Barras, Colombo, todo mundo ia. O salão vivia cheio de gente bonita, alegria e muita dança”, conta. A trilha sonora era embalada por clássicos do flashback, com hits como “Can’t Go Back”, do Fleetwood Mac, e sucessos do Modern Talking, que faziam a pista tremer.

Mas nem só de música e paquera vivia o Tio Sam. Gilmar também se recorda das lendárias “brigas” que marcavam a saída da casa — confrontos entre o pessoal do Parque – como eram conhecidos – com os jovens dos bairros vizinhos. “Não era por maldade, era pra mostrar quem era mais valente. No fim, ninguém se machucava de verdade e, na semana seguinte, todo mundo estava de volta, como se nada tivesse acontecido”, relembra, rindo.

Tio Sam: Memórias De Uma Era - O Ex-Frequentador Que Hoje É Dono De Bar
Fotos: Arquivo pessoal / Gilmar Ferreira. Recentemente o DJ Cid – da era Tio Sam – hoje vivendo na Espanha – fez uma visita especial ao Bar do Gema. Gilmar fez questão de registrar o reencontro.

Um dos episódios mais lembrados envolvia o ônibus que levava e trazia os frequentadores da danceteria. Ao passar pela região hoje conhecida como “Trevo da Eternit”, o coletivo muitas vezes era alvo de pedradas — um “ritual” de intimidação promovido pelas chamadas tribos rivais, que aguardavam estrategicamente às margens da rodovia só para marcar território. Era adrenalina no caminho de volta — mas, para a galera do Tio Sam, tudo isso fazia parte do show.

Para Gilmar, o clima de amizade e união é o que mais deixa saudade. “Se um amigo não tinha dinheiro pra entrar, a gente fazia vaquinha. Se faltava roupa, a gente emprestava. Mesmo quando rolava uma briga, no outro dia estava todo mundo tomando cerveja junto de novo.”

Entre os momentos marcantes, Gema – como é conhecido – recorda a despedida de um grande amigo que foi para o Japão. “A gente estava brigado, mas quando ele disse que ia embora, eu chorei. Pedi desculpas e até hoje a gente mantém contato.”

O espírito de amizade que nasceu no Tio Sam hoje se mantém vivo no Bar do Gema. O espaço virou ponto de encontro para quem quer boa comida, música nostálgica e uma conversa cheia de histórias. “Tem gente que chega lá e me reconhece: ‘Você é aquele que dançava no Tio Sam, né?’. E eu sempre digo: se aquele tempo voltasse, eu voltaria junto. E levaria até minha esposa, que na época nem tinha idade pra entrar!”, brinca.

Entre tilápias, carnes de onça e pancetas, o Gema continua fazendo história. Agora, com a vantagem de poder contar todas as aventuras, sem precisar inventar desculpas pra mãe.

Tio Sam: Memórias De Uma Era - O Ex-Frequentador Que Hoje É Dono De Bar
Fotos: Arquivo pessoal / Gilmar Ferreira. Um dos destaques do Bar do Gema é um quadro que exibe o convite original do concurso Garota Verão do Tio Sam.

Você viveu os tempos de ouro do Tio Sam?

O Jornal União Metropolitana convida você que dançou, amou, riu, chorou (ou até levou um tombo no passinho!) a compartilhar suas histórias. Vale tudo: fotos, lembranças de concursos, amizades que surgiram na casa, aquele hit que marcou uma noite ou qualquer momento inesquecível que o Tio Sam deixou na sua vida.

Envie seu relato para nosso WhatsApp (41) 3676-1532 ou e-mail redacao@uniaometropolitana.com.br e faça parte dessa viagem coletiva no tempo.

Porque o Tio Sam não foi só um lugar — foi uma fase da vida. E cada memória merece ser contada!

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