O texto dissertativo-argumentativo, que defende uma ideia com argumentos, opinião e explicações fundamentadas, é frequentemente cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em vestibulares. Ele é dividido em três partes principais: Introdução (onde a tese é apresentada); Desenvolvimento (momento destinado à apresentação dos argumentos); Conclusão (encerramento alinhado à tese defendida e aos argumentos expostos). Confira a seguir algumas dicas para estruturar sua redação e alcançar a nota máxima!
1. Importância do título
O título é a identidade do texto e deve expressar, de forma concisa e atrativa, a ideia central. É importante evitar títulos genéricos como “As eleições no Brasil”, que não especificam o tema nem despertam interesse. Equilibre criatividade com objetividade, utilizando trocadilhos ou construções poéticas, mas com moderação. Mesmo se sua prova não exigir título, praticar a criação de bons títulos é um exercício válido.
2. Epígrafe
Apesar de nenhuma prova exigir epígrafes, elas conferem um aspecto intelectual ao texto. Para isso, prefira versos da MPB, poemas, provérbios menos conhecidos ou citações fora do senso comum. Lembre-se de usar aspas e referenciar o autor, como “Carlos Drummond de Andrade” ou “provérbio popular nordestino”.
3. Argumentação
Abaixo estão alguns cuidados essenciais para fortalecer a argumentação:
a) Exemplificação
Exemplos devem ser analisados e conectados ao ponto que se deseja defender. Evite simples listas ou citações de exemplos isolados, sem contextualização ou concatenação com o argumento central.
b) Argumentação histórica
O uso de eventos históricos, cronologias e referências temporais demonstram leitura ampla e conhecimento abrangente do tema. No entanto, é crucial evitar dados incorretos. Referências temporais gerais ou aproximadas podem ser usadas, desde que fiquem claras e não tentem mascarar imprecisões.
c) Constatação
Uma constatação deve resultar da observação crítica do autor e não se limitar a reproduzir senso comum ou ideias genéricas.
d) Comparação
Evite listas comparativas sem análise. Assim como na exemplificação, é necessário estabelecer nexo e aprofundar os pontos que deseja discutir para que as comparações contribuam com a linha argumentativa.
e) Testemunho e argumento de autoridade
Citações ou testemunhos não devem ser usados isoladamente. Esses recursos são ferramentas para reforçar sua tese, e não soluções imediatas para argumentos frágeis.
f) Argumento de comprovação ou baseado em provas concretas
Este tipo de argumento deve apoiar-se em dados, fatos comprovados, estatísticas ou pesquisas confiáveis para prover embasamento sólido.
g) Argumento por raciocínio lógico
Baseia-se na relação de causa e efeito, objetivando convencer o leitor sobre a validade da tese, sem necessariamente persuadi-lo.
h) Argumento por consenso
Embora sejam fundamentados em proposições amplamente aceitas, esses argumentos não devem ser confundidos com senso comum. É necessário evidenciar a fundamentação por trás do consenso.
4. Conclusão
A conclusão é o momento de amarrar as ideias discutidas no texto. Confira algumas formas de fazer isso adequadamente:
a) Síntese
Ideal para textos expositivos, essa abordagem resume ou condensa os principais pontos discutidos, reafirmando coerentemente os argumentos apresentados.
b) Retomada da tese
Aqui é feita a confirmação da tese apresentada na introdução, mas sem que haja mera repetição. É necessário reafirmá-la de maneira concisa e renovada.
c) Encaminhamento de soluções
Com base nos problemas ou questões discutidos, você pode propor soluções coerentes e realistas para as problemáticas levantadas, sempre em sintonia com o restante do texto.
d) Pergunta retórica
Perguntas retóricas devem provocar reflexão no leitor, sem delegar a ele a tarefa de solucionar as questões apontadas.
Seguindo essas orientações, é possível estruturar uma redação clara, objetiva e bem fundamentada, aumentando suas chances de conquistar a nota máxima em redações dissertativas-argumentativas de provas ou concursos.