Comerciantes de Quatro Barras reclamam das constantes quedas de energia que vêm ocorrendo no município, principalmente na região central. Além dos prejuízos com os equipamentos que param de funcionar, os empresários têm enfrentado problemas na rotina dos negócios.
Conforme informações dos próprios empreendedores locais, o ano de 2025 nem bem começou e a energia tem apresentado quedas constantes. A região central conta com mercados, clínicas médicas, barbearia, entre outros comércios.
Prejuízos
O proprietário de uma clínica médica ambulatorial de consultas e exames, Eliakim Cabral, conta que as oscilações de energia são constantes e quando isso acontece afeta diretamente o sistema de prontuário e atendimento dos pacientes. “Nossos sistemas são todos hospedados na web, quando cai a energia, ficamos sem ação. O médico até atende, mas no sistema antigo e com o prontuário escrito à mão. Várias vezes fomos obrigados a cancelar procedimentos já agendados, como pequenas cirurgias e odontologia. Para nós isso tem sido um transtorno geral”, comenta.
A comerciante Vera Cristina Witiuk possui um mini-mercado há seis anos em Quatro Barras. Ela reclama de já ter ficado um dia inteiro luz em seu estabelecimento. “Certa vez ficamos sem energia elétrica por 24 horas. Na ocasião, perdemos mais de mil reais em congelados. As quedas acontecem de uma hora pra outra e são um risco para queimar os equipamentos”, comenta.
Alcir Lopes Barbosa trabalha como barbeiro e explica que quando a energia cai ele precisa suspender os cortes de cabelo. “É uma situação difícil, consigo até cortar com a tesoura, mas sem máquina dificulta muito. Infelizmente tenho que dizer para o cliente voltar outra hora”.
Edmilson Calonassi, 59 anos, desde 2008 administra uma eletrônica na região central da cidade. Ele revela que quando há queda na energia sempre surge clientes pedindo ressarcimento dos eletrônicos danificados. “Os clientes costumam pedir laudos da queima dos aparelhos para enviá-los à Copel. Há aqueles que optam em cobrar o valor do conserto junto à companhia. A solicitação de ressarcimento tende a ser burocrática e muitos deles desistem de ir atrás do prejuízo e optam por adquirir outro aparelho”.
Os comerciantes dizem que já tentaram ligar para reclamar ou entender o motivo de tantas quedas de energia, mas os contatos acabam sem nenhuma resposta ou solução definitiva.
Ação civil
Devido as constantes reclamações de empresários associados, a QBCAMP (Associação Empresarial e Comercial de Quatro Barras e Campina Grande do Sul) se uniu – desde o ano passado – em uma ação civil contra a Copel (Companhia de Energia Elétrica do Paraná), como forma de forçar a companhia a melhorar a prestação do serviço na região. A QBCAMP chegou, inclusive, a promover reuniões entre os associados e os representantes da empresa de energia para tratar sobre as frequentes quedas na rede elétrica. Na época, houve também protestos silenciosos de industriais que espalharam faixas com os dizeres “Copel pura vergonha” pela região da Cicamp, no município de Campina Grande do Sul.
Segundo a advogada responsável pelo processo, Amanda Paulin, um dos pontos da ação pública solicita que a companhia realize melhoras na rede de transmissão. Diante do cenário das constantes quedas, Amanda Paulin afirmou ao União Metropolitana que a ação em termos práticos não teve andamentos relevantes, mas que uma audiência deve acontecer nos próximos meses.
“A expectativa é que seja marcada uma audiência nos primeiros meses do ano para colocarmos em um termo de compromisso, com previsão de multa baseado no que a Copel tem nos prometido e mostrado em reuniões. A audiência, porém, está sem previsão de data para acontecer”, conclui.
O que diz a Copel sobre os apagões
Indagada sobre os apagões, a Copel não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.
Último grande apagão deixou comerciantes por mais de 2 horas sem luz
O último grande apagão registrado na região central de Quatro Barras foi na quarta-feira (15) e deixou comerciantes sem luz por mais de 2 horas. O incidente aconteceu na Avenida São Sebastião, próximo ao cruzamento com a Avenida Dom Pedro II, ao lado de uma agência bancária.
Funcionários da Companhia Elétrica do Paraná (Copel), responsável pelo fornecimento de energia na cidade, foram até o local para fazer a troca de uma cruzeta que partiu ao meio. O nome da peça remete ao formato de cruz que ela lembra e serve para conectar e sustentar os cabos de energia ao poste. Com a ruptura da estrutura, os cabos ficaram soltos sob o risco de causar acidentes e curto-circuito.
Segundo os técnicos da própria Copel, a cruzeta que se rompeu era de madeira e devido ao longo tempo uso o equipamento acabou se deteriorando. A nova cruzeta que foi substituída é de concreto e tende a ter durabilidade maior se comparada a anterior, conforme informou os profissionais ao União Metropolitana.
