Viajar de férias é agradável e ainda melhor quando estamos acompanhados de quem amamos. No entanto, a presença dos amados pets pode trazer dilemas. Levar o animal de estimação pode ser uma experiência incrível, mas exige planejamento antes e durante a viagem para garantir que os momentos de diversão não se transformem em problemas. Já quando não é possível levar os bichinhos, amigos de confiança, profissionais e serviços especializados, como pet hotéis, podem ajudar, mas é fundamental atenção aos cuidados necessários para o bem-estar deles.
Fotojornalista e antropóloga, Tina Coêlho compartilha sua experiência de levar seus cinco cachorros – ou “bichús”, como gosta de chamar – em viagens frequentes, especialmente para praias como Ponta do Corumbáu, na Bahia, onde também atua como instrutora de mergulho. Segundo ela, é essencial que os animais estejam “educados para viajar de carro”, incluindo o uso de cinto de segurança. “Já tive situações de levar os cinco em um Gol”, comentou, lembrando que um dos cães, o dog alemão Mano, possui mais de 2 metros de comprimento e 1,30 m de altura. “Mano ficou amarrado no porta-malas, enquanto os outros estavam afivelados nos cintos e as malas foram colocadas no chão para tornar o espaço mais confortável para eles.”
Tina, que sempre foi muito apegada a seus cães, explica por que decidiu incluí-los nas viagens: “Meus cachorros são membros da família. Então, por que não trazê-los, se eles também merecem desfrutar de uma viagem de férias? Claro que, para isso, é necessário todo um preparo para curtirmos juntos os bons momentos da vida.”
O médico veterinário Thiago Richard Massunaga confirma que, para alguns pets, viajar com os donos pode ir além de uma questão de lazer. “Há casos de animais que são muito ligados e dependentes dos tutores. Além disso, há os pets que necessitam de cuidados específicos, como medicações de uso contínuo”, ressaltou. No caso de viagens de carro, ele recomenda paradas a cada duas horas para diminuir o estresse. Para hospedagens, é ideal buscar locais pet friendly com antecedência.
Apesar de estratégias, o tamanho dos cães de Tina ainda gera situações inesperadas. “Sabemos que nossos cachorros são muito tranquilos, mas nem todo hotel sabe disso”, disse ela. Adotaram, então, uma tática discreta: “Quando perguntam o tamanho, respondemos ‘ah… eles são mansinhos’. Depois, entramos discretamente com eles. Mas, quando se trata de dog alemão, é difícil, porque todos querem vê-los.”
Massunaga explica que as dificuldades aumentam em viagens de avião. “É importante verificar as regras das companhias aéreas e as limitações de transporte. Muitas vezes, é indicado o uso de medicamentos para evitar estresse excessivo”, disse.
O receio de viajar com pets ficou mais evidente após o caso do cachorro Joca, um golden retriever morto durante uma viagem aérea em abril. Ele foi transportado de forma equivocada pela companhia aérea, que o enviou para o destino errado, Fortaleza, quando deveria ir de Guarulhos (SP) para Sinop (MT). O erro resultou em um trajeto de cerca de 8 horas, muito mais longo do que as 2 horas e meia previstas inicialmente. Joca foi encontrado morto ao retornar para Guarulhos.
Quando os bichinhos não podem acompanhar os tutores, os pet hotéis aparecem como uma alternativa. “Os animais ficam na companhia de outros bichos e têm atividades para se divertir. Muitos sentem falta das brincadeiras quando voltam para casa”, explicou Massunaga. Ele recomenda buscar referências com pessoas que já utilizaram o serviço e planejar a estadia, pois as vagas são limitadas durante os períodos de férias. Uma dica é escolher locais que agrupem pets por porte ou que já convivam entre si.
Outra solução são os cuidadores de animais, que visitam as residências para oferecer os cuidados necessários. “Eles são atentos, conhecem a rotina da família e o comportamento de cada bichinho”, apontou o veterinário. seja qual for a opção, o planejamento antecipado e a análise cuidadosa das alternativas são indispensáveis para garantir a segurança e o bem-estar dos pets durante o período de férias.