Jean Machado Ribas, de 23 anos, foi preso nesta quarta-feira (16), após se entregar à polícia em Rio Branco do Sul. Ele estava foragido há 29 dias. A vítima foi resgatada no dia 14 de março, junto com o filho de 4 anos, em Itaperuçu, depois de enviar um e-mail solicitando ajuda para a Casa da Mulher Brasileira. Jean é acusado de cárcere privado, ameaça, violência psicológica e descumprimento de medida protetiva.
Na terça-feira (15), o advogado de Jean informou à polícia que o cliente tinha a intenção de se entregar. Para garantir a segurança, a entrega foi realizada no escritório de advocacia. A polícia buscou Jean em uma viatura descaracterizada por volta das 14h desta quarta-feira. Ele chegou à delegacia às 14h30 e deve participar de uma audiência de custódia.
Em 14 de março, ele foi preso em flagrante, mas, dois dias depois, foi solto após uma audiência de custódia. Na ocasião, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recomendou que a prisão preventiva não fosse decretada, alegando que Jean não possuía antecedentes criminais relevantes e que a medida protetiva seria suficiente para proteger a vítima. Contudo, em 17 de março, o MP-PR voltou atrás e solicitou a prisão preventiva, destacando a periculosidade do suspeito e a necessidade de garantir a segurança da mulher e de seus familiares. A Justiça aceitou o pedido, mas o suspeito não foi encontrado pela Polícia Militar.
No final de março, um homem foi preso no Distrito Federal e afirmou ser Jean Machado Ribas. Após perícia nas impressões digitais, foi constatado que ele não era o suspeito procurado.
De acordo com o depoimento da vítima à polícia, Jean a vigiava com uma câmera de segurança direcionada para a porta da casa. O delegado Gabriel Fontana informou que os equipamentos de monitoramento foram apreendidos e as imagens estão sendo analisadas para compor as investigações. A mulher relatou que era proibida de entrar em contato com outras pessoas na ausência de Jean e que o filho de 4 anos do casal também vivia preso em casa, presenciando as agressões. A vítima disse que não tinha celular e que o único aparelho disponível era compartilhado com o homem. Ela também relatou episódios nos quais foi amarrada e asfixiada por Jean.
A mulher afirmou que os familiares de Jean tinham conhecimento das agressões e chegavam a ser coniventes, acobertando o suspeito. Cerca de 15 dias antes de enviar o e-mail à Casa da Mulher Brasileira, a vítima tentou pedir ajuda ao deixar um bilhete de socorro em um posto de combustíveis. “Me ajude. Sofro muita violência em casa”, dizia o recado. Segundo a Polícia Militar, foram realizadas diligências na região indicada pelo bilhete, mas a mulher e Jean não foram localizados. Após o resgate, a vítima recebeu atendimento e acolhimento.