O Paraná vive nesta semana o momento mais crítico do ano para a ocorrência de queimadas florestais, devido à combinação de falta de chuvas, baixa umidade do ar e temperaturas elevadas para o inverno. Conforme o Corpo de Bombeiros, foram registrados mais de 10 mil focos de incêndio no Estado entre janeiro e agosto de 2024. “Os indicadores são os mais altos possíveis”, afirma Reinaldo Kneib, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Diante da situação, o governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou estado de emergência por conta da estiagem. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) está finalizando uma resolução técnica para mitigar os efeitos da seca no Estado. “Estamos agindo no momento em que há necessidade de uma ação efetiva, porque o momento é crítico”, reforça o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
Segundo previsões do Simepar, a umidade relativa do ar mínima pode ficar abaixo de 20% nas regiões Norte, Norte Pioneiro e Noroeste, e inferior a 30% nas regiões Central e Sudoeste do Estado. As temperaturas podem atingir até 40 °C em algumas áreas. A expectativa é de que o volume de chuva em setembro seja 38% menor do que a média histórica para o mês.
“O Estado inteiro está em alerta vermelho, especialmente o extremo Norte e Noroeste”, destaca Kneib. O cenário deve se manter até sexta-feira (13), quando está prevista a chegada de chuvas irregulares. “Algumas cidades podem ter até 50 mm de precipitação acumulada, mas será de forma irregular. Isso já ajudará a melhorar a qualidade do ar e reduzir os riscos de incêndios florestais”, explica o meteorologista.
Apesar dessa breve melhora, o tempo seco retornará após o fim de semana. A previsão indica que cidades como Paranavaí, Colorado e Querência do Norte podem registrar novamente temperaturas superiores a 40 °C a partir de 21 de setembro, com picos de até 45 °C em Santa Cruz de Monte Castelo.
Recomendações e cuidados
Em períodos de alto risco de incêndios, a Defesa Civil emite alertas para as unidades regionais dos bombeiros, para garantir respostas rápidas aos focos de queimadas. A população deve colaborar evitando o uso de fogo para limpeza de terrenos, não queimar lixo, não soltar balões e fazer a destinação correta de resíduos vegetais.
Em caso de incêndios, a orientação é entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros. O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig, destaca que os prefeitos devem informar a Defesa Civil Estadual sobre as ocorrências. “Este é um momento crítico. É essencial que todos evitem queimadas e façam uso consciente da água”, orienta o coronel.
Além do risco de incêndios, o clima seco agrava problemas respiratórios, especialmente em crianças, e pode desidratar as vias aéreas, provocando desconforto. A recomendação é se hidratar com frequência durante o período.
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN.