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Tio Sam: Memórias de uma Era - Os concursos de garotas que faziam o Tio Sam ferver

Nas décadas de 1980 e 1990, o conceito de diversão noturna envolvia práticas que hoje causariam polêmica. Um exemplo disso foi o sucesso do concurso “Gata Molhada”, realizado pelo extinto Tio Sam. Inspirado no quadro “Garota Molhada” do programa Sabadão, de Gugu Liberato, o evento era realizado anualmente e lotava a casa noturna, trazendo ao palco mulheres com camisetas molhadas, sem sutiã, dançando sob um chuveiro improvisado — para delírio do público, majoritariamente masculino.

A dinâmica seguia o mesmo formato popularizado pela televisão: o efeito da água sobre o tecido revelava as silhuetas femininas, deixando os seios visíveis sob a camiseta molhada. No Tio Sam, a escolha da vencedora ficava a cargo de jurados convidados ou do próprio público. Para muitos, o concurso era encarado como uma grande brincadeira, e as participantes se inscreviam já cientes da proposta. “Ninguém via maldade naquilo”, relembra Gilmar Ferreira, frequentador assíduo da casa e hoje proprietário do tradicional Bar do Gema, em Colombo.

Em contraste com essa proposta mais ousada, o Tio Sam também realizou, em 1985, o concurso “Garota Verão”, de perfil mais clássico e com uma única edição. A ideia surgiu do irmão de Gilmar, que tinha apenas 13 anos na época. Mesmo com recursos limitados, o jovem organizou o evento com patrocínio local e criatividade, lotando o espaço com mais de 1.500 pessoas. O foco, nesse caso, era premiar atributos como simpatia, boa forma e carisma.

Enquanto o “Gata Molhada” apostava no impacto sensual, o “Garota Verão” resgatava o formato dos antigos concursos de beleza. A diferença entre as propostas evidencia a variedade de estilos que marcaram o auge do Tio Sam — e também o quanto os padrões de entretenimento eram flexíveis, dentro de uma época menos crítica quanto às questões de gênero e respeito ao corpo feminino.

Hoje, ao revisitar essas memórias, surgem reflexões inevitáveis. Gilmar reconhece que, embora a intenção fosse a diversão, os tempos mudaram. O que antes era tratado como normalidade hoje seria alvo de críticas por reforçar a objetificação feminina. As cenas desses concursos permanecem na memória afetiva de quem viveu as noites do Tio Sam, mas também funciona como um retrato de uma sociedade que, com o tempo, amadureceu seus valores e repensou seus olhares sobre o corpo, o entretenimento e o respeito à mulher.

Você viveu os tempos de ouro do Tio Sam?

O Jornal União Metropolitana convida você que dançou, amou, riu, chorou (ou até levou um tombo no passinho!) a compartilhar suas histórias. Vale tudo: fotos, lembranças de concursos, amizades que surgiram na casa, aquele hit que marcou uma noite ou qualquer momento inesquecível que o Tio Sam deixou na sua vida.

Envie seu relato para nosso WhatsApp (41) 3676-1532 ou e-mail redacao@uniaometropolitana.com.br e faça parte dessa viagem coletiva no tempo. Porque o Tio Sam não foi só um lugar — foi uma fase da vida. E cada memória merece ser contada!

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