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Especialistas discutem impactos de telas em crianças e adolescentes na Assembleia do Paraná

A Assembleia Legislativa do Paraná acolheu uma discussão crítica sobre os efeitos do uso excessivo de telas por crianças e adolescentes, identificado como uma nova pandemia de problemas de saúde e comportamentais. A audiência, liderada pela deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), destacou questões como miopia, depressão, cyberbullying e obesidade, que estão prejudicando severamente a juventude.

Durante o evento, que também contou com a participação de estudantes do 5º ano da Escola Interativa, especialistas de diversas áreas discutiram os impactos severos que a tecnologia pode ter no desenvolvimento físico e mental dos jovens. A intensa exposição às telas foi associada a uma diminuição no Quociente de Inteligência (QI) das gerações mais jovens em relação aos seus pais.

“As pessoas precisam saber que o uso excessivo de telas em crianças faz atrofia cortical no cérebro (síndrome neurodegenerativa), com danos para o resto da vida. Podemos estar formando uma geração que terá muitos problemas. Hoje já tem pesquisa científica provando aumentado da ansiedade, tentativas de suicídio, depressão e crianças que não se conectam. O futuro dessa geração pode estar comprometido se não tomarmos atitudes como governo e sociedade. Nossas crianças e adolescentes não têm o luxo de esperarmos mais evidências, temos de agir,” alertou a deputada Huçulak.

Luci Yara Pfeiffer, médica e presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Paranaense de Pediatria, destacou os perigos físicos e mentais: “Hoje há uma pandemia do uso virtual das telas, especialmente no celular, sem controle da família e escolas, com acesso livres a cinco bilhões de internautas. Infelizmente não assusta os pais e os meios de educação como deveria. É um mundo fantástico, pena que junto estão os perversos e o consumo, pois somos produtos para a internet e nossas crianças mais ainda.”

A colaboração entre escolas e famílias foi sugerida como parte da solução, com iniciativas para reduzir o tempo de tela e educar tanto pais quanto filhos sobre os riscos associados ao uso digital excessivo.

“Nas nossas formações com os professores há preocupação de como trabalhar com estudantes para tornar aulas mais educativas e atrativas. A gente promove muitas ações também de alerta aos pais, com formações por meio de lives, por meio de orientações e a nossa conversa sempre com as famílias e os pais é sempre observar o tempo de uso, desse equipamento dentro das famílias,” explicou Silmara Campese Cezário, gerente de Inovação Pedagógica, no Departamento de Desenvolvimento Profissional da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba.

Everton Drohomeretski, professor de tecnologia e diretor-administrativo do Sindicato das Escolas particulares do Paraná (Sinepe/PR), também falou sobre a necessidade de adaptação a uma realidade em rápida transformação devido aos avanços tecnológicos.

Renata Kobus, advogada e membro da Comissão de Direito Digital da Ordem dos Advogados do Brasil, enfatizou que a legislação precisa acompanhar as mudanças: “O problema não é a tecnologia, mas a utilização dela. São vários impactos hoje como as questões envolvendo o cyberbullying, o sexting (divulgação de conteúdos eróticos e sensuais através de celulares) e outros, com desafios para a legislação atual, que está tentando se adaptar. Há algumas leis sendo aplicadas, mas é necessário conformidade dessas leis com essa questão tecnológica Com certeza, audiência como estar é um dos grandes passos para a gente ter essa mudança na legislação, mas também uma mudança cultural desse uso da tecnologia na sociedade 4.0,” completou.

Foto: Valdir Amaral/Alep.

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