Nesta sexta-feira, 5 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data, em meio à estiagem mais severa dos últimos 50 anos no Paraná, reforça o alerta sobre o uso racional da água e o combate aos incêndios florestais.
A falta de chuvas nos últimos meses afeta o abastecimento da Sanepar, que mantém o sistema de rodízio na distribuição da água, e o trabalho do Corpo de Bombeiros, já que os atendimentos a incêndios aumentaram muito – 33,14% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado (2.731 contra 1.826 de 2019).
Por isso, os órgãos estaduais pedem que a população use a água de forma consciente, sem desperdícios, e não faça nenhum tipo de queimada – com o tempo seco, um pequeno fogo pode facilmente se transformar em um incêndio de grandes proporções.
Em abril, um incêndio na Represa do Iraí, em Quatro Barras, uma das principais para o abastecimento de água de Curitiba e municípios vizinhos, causou uma série de prejuízos ambientais. “Houve perdas na qualidade do ar e na disponibilidade hídrica. Além disso, a flora e a fauna local foram afetadas”, relatou a bióloga Ana Cristina do Rego Barros, gestora de Educação Ambiental da Sanepar.
METEOROLOGIA
O mapa de chuvas do Paraná relativo a maio traz uma notícia animadora: a área de estiagem reduziu consideravelmente no mês passado. Mas ela ainda está concentrada na região metropolitana de Curitiba, litoral e alguns pontos do noroeste do estado.
O meteorologista Samuel Braun, porém, faz uma ponderação importante: as precipitações de maio não foram suficientes para reestabelecer a ordem por completo no Paraná. “A seca é muito grave, então o problema só será resolvido no longo prazo, com o acúmulo de chuvas”.
Braun lembrou que a situação da região de Curitiba e do litoral segue bastante preocupante, com uma crítica defasagem de água. Na capital choveu em maio apenas 21 mm, cerca de 25% do esperado para o mês (82 mm).
Em Paranaguá o déficit foi ainda mais significativo. Precipitação de 17 mm para uma média histórica de 127 mm. Ou seja, somente 13% da expectativa. “É uma anomalia bem grande mesmo e em um período em que tradicionalmente se chove menos como o outono e o inverno”, disse Braun.