O inverno de 2024, que está chegando ao fim, foi o mais quente já registrado na história de Curitiba. De acordo com o Simepar, que monitora as temperaturas na capital desde 1997, a temperatura média durante a estação foi de 15,9 °C, superando o recorde anterior de 15,8 °C, registrado em 2006.
Essa elevação nas temperaturas está relacionada ao crescimento urbano e à consequente retirada de vegetação para a construção de edifícios. Segundo especialistas, a mudança climática é uma preocupação global, devido aos impactos como enchentes, queimadas e o aumento das temperaturas em diversas regiões do mundo, incluindo a Europa.
Além de Curitiba, outras cidades paranaenses como Paranavaí, Londrina, Cambará e Maringá também registraram temperaturas acima da média histórica para o inverno.
O meteorologista Reinaldo Kneib, em entrevista à RPC, destacou as causas dessa mudança climática: “Na região de Curitiba, a cidade tá crescendo, a população dobrou nos últimos 20, 30 anos, então retirou-se a floresta, alterou a vegetação, construção de casas, enfim, toda essa parte emite gases para a atmosfera, a própria impermeabilização do solo na construção civil. Isso favoreceu que temos uma ilha de calor, mais quente que no seu entorno”, explicou Kneib.
Preocupação global
A mudança climática não é apenas uma preocupação local, mas também mundial. De acordo com uma pesquisa realizada em julho deste ano pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a Universidade de Oxford e o instituto GeoPoll, 85% dos brasileiros afirmaram estar preocupados com o tema e esperam ações decisivas por parte dos governos.
A pesquisa global contou com a participação de mais de 75 mil pessoas, de 77 países e 87 idiomas, com o objetivo de entender o impacto da mudança climática e as expectativas em relação à resposta dos líderes mundiais. Os países pesquisados representam 87% da população mundial.
Ações em Curitiba
Curitiba é uma das cidades pioneiras no Brasil a abordar o tema das mudanças climáticas como uma política pública. Em 2020, a capital lançou o Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima), que tem como meta reduzir a emissão de pelo menos 1,4 gigatoneladas de carbono até 2030 e buscar a neutralidade de emissões até 2050.
Entre as iniciativas da cidade estão a ampliação do uso de ônibus elétricos, que emitem menos poluentes, o plantio de árvores, a utilização de painéis fotovoltaicos e a criação de novos parques.
Foto: Jonathan Campos/AEN.