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Curitiba planeja modernizar Muralha Digital com drones, IA e policiamento robótico para reforçar segurança pública

Em pouco mais de um mês da nova gestão, a Muralha Digital, sistema que utiliza câmeras para monitorar diferentes pontos de Curitiba, deve receber melhorias ao longo dos próximos quatro anos. As falhas do programa vêm sendo destacadas há tempos e foram apontadas em matérias anteriores da Tribuna do Paraná em 2024. Um dos momentos mais marcantes nesse debate foi a apresentação da Carta Curitiba para o Futuro, em julho do ano passado, um projeto elaborado pela redação da Tribuna em parceria com os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). No documento, os representantes dos Consegs pediam melhorias urgentes na Muralha Digital, com um apelo unânime para que o monitoramento fosse ampliado também para além das áreas centrais. Em outubro, a carta foi entregue ao então candidato à prefeitura, Eduardo Pimentel.

Conforme dados fornecidos pela prefeitura, o sistema da Muralha Digital conta, atualmente, com 2 mil câmeras operando 24 horas por dia. Os equipamentos estão instalados em locais estratégicos, como escolas, praças, Ruas da Cidadania, parques e terminais de ônibus, enviando informações para uma central operacional. O sistema serve tanto para a prevenção de crimes quanto para investigações. Em 2024, foram compartilhadas 2.397 imagens com autoridades judiciais e policiais. Vinculada à Secretaria de Defesa Social e Trânsito, a Muralha Digital poderá passar por avanços tecnológicos significativos, segundo o secretário da pasta, Rafael Vianna, que revelou o projeto Muralha 2.2. A iniciativa busca preparar o sistema para o próximo século, incluindo o uso de drones, policiais robôs, novas câmeras integradas e ferramentas avançadas de inteligência artificial.

“É preparar efetivamente a Muralha Digital para o próximo século, trazendo novas ferramentas que possam integrá-la. A gente vai ter drones, policiais robôs, outras câmeras, que vão também integrar esse sistema e, ao mesmo tempo, trazer mais inteligência artificial, para que a gente consiga cada vez mais trabalhar com banco de dados e com comparação, entre o que as câmeras captam na realidade e esse banco de dados, que será de imagens, mandados de prisão, dos rostos das pessoas e de situações que merecem uma atenção”, explicou Vianna.

O secretário exemplificou o uso das novas ferramentas com um cenário hipotético envolvendo um grupo de pessoas correndo. Com as tecnologias da Muralha Digital, seria possível identificar se se trata de um grupo de corredores ou de uma briga de torcidas, por exemplo. Caso fosse algo potencialmente perigoso, o centro operacional acionaria rapidamente a equipe mais próxima, garantindo agilidade no atendimento. Vianna destacou que o desenvolvimento das ações está previsto para ocorrer ao longo dos próximos quatro anos devido aos estudos de viabilidade e impacto financeiro necessários. “Exige uma preparação e também tem toda a questão de integração tecnológica, que não é algo simples de se fazer. Como demanda um investimento significativo, isso tem que casar muito bem para que não haja nenhum desperdício de dinheiro público”, afirmou.

Vianna também comentou os recursos disponíveis no sistema atual, que busca criar uma verdadeira barreira protetora para a cidade. “Essas câmeras envolvem tanto câmeras de segurança, compradas especificamente para o fim de monitoramento, quanto câmeras de trânsito, dos radares e de redutores de velocidade”. No sistema existente, é possível programar alertas para situações específicas, como eventos esportivos ou shows, facilitando o monitoramento de pessoas e veículos. “As câmeras são analíticas, elas conseguem fazer a leitura de placas e reconhecimento facial. Então, sejam objetos abandonados ou uma pessoa deitada no chão, que pode ser um corpo, uma pessoa em situação de rua, um idoso que tenha caído, a gente consegue programar para que surja um alerta, como se fosse um pop-up no telão que existe ali. O operador consegue visualizar a partir do alerta gerado por aquela câmera e verificar com o zoom o que está acontecendo ou fazer o acionamento da equipe na rua para que atenda essa ocorrência”, completou o secretário.

Sobre a possibilidade de integrar câmeras privadas ao sistema, Vianna destacou que existem estudos nesse sentido, mas que a implementação exige cautela. Segundo ele, o maior desafio é garantir que as câmeras particulares atendam aos padrões necessários para uso eficaz na Muralha Digital. “A gente vai ter que ter uma padronização dessas câmeras, do que a gente vai conseguir trabalhar com elas dentro da Muralha Digital. Porque elas têm a sua utilidade, mas elas servem mais para investigação. Ou seja, a gente vai conseguir buscar imagens de um crime que aconteceu, mas não é essa a expectativa da população quando ela vai integrar uma câmera em um sistema público de Muralha Digital. Ela quer justamente que a gente veja o crime acontecendo e evite que o crime seja consumado ou que a gente antecipe as situações. Isso já exige um outro planejamento, uma outra estrutura que precisa de tempo para ser construída”, explicou Vianna.

A ampliação do sistema também é uma das demandas destacadas pela nova gestão e foi citada na Carta Curitiba para o Futuro. O Conseg Capão Raso, por exemplo, sugeriu a instalação de câmeras em diversas ruas movimentadas da cidade. Vianna confirmou que essa é uma das propostas em estudo, explicando que a expansão do monitoramento é guiada pela análise das “zonas quentes de criminalidade”. Antes de instalar novas câmeras, as autoridades avaliam as áreas de maior incidência criminal, os tipos de crimes, os horários e dias das ocorrências, e como as ferramentas contribuiriam para prevenir delitos nessas regiões.

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