Os Correios anunciaram, em São Paulo, uma campanha para novembro, considerado um mês estratégico devido à demanda da Black Friday, que ocorre em 29 de novembro. A empresa pública espera um aumento de 10% no volume em relação a 2023, com movimentações financeiras em torno de R$ 8 bilhões.
No lançamento, realizado na última quinta-feira (31), com a presença de 200 parceiros, a maioria composta por pequenos e médios empresários do comércio eletrônico, ficou evidente que a campanha visa reforçar o período de maior movimentação da companhia no ano. A estratégia inclui ajustes nas políticas de relacionamento com os clientes comerciais e adequação a perfis regionais.
O evento destacou as estratégias de importantes parceiras da estatal, como o grupo chinês AliExpress e os nacionais Arezzo&Co e Mercado Livre. Estas empresas demonstraram otimismo com a data, enfatizando suas estratégias de marketing e parcerias para aumentar as vendas. AliExpress, por exemplo, prevê dobrar a movimentação média semanal durante as três semanas de maior demanda, com um pico estimado envolvendo 14 aviões cargueiros modelo 747, cada um com capacidade para 100 toneladas de carga. As empresas unanimemente ressaltam a importância das vendas através de seus aplicativos próprios, além de estratégias para aumentar o tempo que os clientes passam em suas plataformas por meio de ofertas e cupons.
O segmento empresarial busca soluções para retomar o crescimento com dinamismo no país. De acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, o setor de vendas eletrônicas teve alta de apenas 0,2% em 2023, permanecendo no patamar de R$ 200 bilhões ao ano desde 2021, mas com potencial de expansão. Durante a pandemia, o setor se destacou, subindo de uma média de R$ 50 bilhões em 2016 para os níveis atuais, quatro vezes superiores. Este mercado se concentra no Sudeste, especialmente em São Paulo, que responde por metade das vendas e 32% das compras anuais do setor.
Paulo Penha, diretor de operações dos Correios, projeta um aumento de cerca de 10% no efetivo de funcionários terceirizados da empresa para o período, uma prática que pode mudar com o concurso público em andamento, que já tem dois milhões de candidatos inscritos. Em anos normais, o efetivo de atendimento terceirizado representa 35%, sendo os últimos dois meses do ano aqueles de maior demanda. “Da população que faz postagem conosco no balcão das nossas agências – distribuídas nos 5.570 municípios brasileiros – até o grande cliente do varejo internacional, que está fazendo venda no marketplace, e do varejo doméstico, que são os objetos que estão aqui nos sellers nacionais [lojas virtuais que vendem seus produtos em marketplaces ou shoppings virtuais], [todos] são atendidos por canais diferentes, mas a logística de entrega, o prazo ofertado e o acompanhamento dos objetos seguem o mesmo padrão. Então, para a gente, cada pacote importa e o prazo que é ofertado e o acompanhamento dos objetos têm o mesmo padrão”, explicou Penha.
O potencial dos pequenos e médios empresários é significativo para os Correios. Luiz Fernando Lavoyer, da área de vendas da empresa, destacou que essa função não é apenas uma estratégia comercial, mas parte da missão dos Correios, uma vez que atender pequenos vendedores dispersos pelo país não atrai outras empresas.
A segurança, uma questão histórica na logística do comércio, continuará a ser uma prioridade durante esse período de maior movimentação. Penha enfatizou que a empresa tem diversificado suas estratégias para garantir entregas, desde o uso de escolta em áreas historicamente hostis até o emprego de tecnologias como gerenciadores de risco e monitoramento remoto do percurso final dos entregadores.
