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A Igreja Católica celebra neste domingo (10), o Domingo de Ramos. A data, que recorda a entrada de Jesus em Jerusalém e sua aclamação como “Aquele que vem em nome do Senhor”, marca o início da Semana Santa. Pela tradição, a semana retoma a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e culmina na festa que é considerada a mais importante do catolicismo, a Páscoa.

A partir destes fatos, muitos questionamentos surgem entre os fiéis que desejam viver bem este tempo. Tais dúvidas foram respondidas pelo bispo Dom Edmar Peron, que através da Pastoral da Comunicação da Diocese de Paranaguá, enviou um release de perguntas e respostas ao Jornal União. Confira:

1.O domingo “de ramos” como chamamos é um dia alegre na quaresma? Como devemos guardar e usar os ramos que são abençoados neste dia?

O Domingo de Ramos é sim considerado um dia festivo, quando nós damos início à Semana Santa na qual celebramos o mistério da nossa salvação na Páscoa de Jesus. É festivo porque realizamos uma procissão em honra de Cristo Rei. Podemos ver o povo andando pela rua novamente com os ramos nas mãos e fazendo festa para Jesus, o Senhor, o rei. Esta festividade deve ser depois recordada, quando, ao ver os ramos guardados em nossa casa, lembramos: Eu sou um seguidor de Cristo vitorioso, daquele que foi traído, condenado injustamente, pregado na cruz, morto e sepultado, mas, ressuscitou e está vivo! Isso se torna uma inspiração consoladora, que nos dá mais forças para viver a nossa fé a cada dia.

2. Na semana santa as paróquias anunciam e promovem mais momentos para atender os fiéis para a confissão. Porque este é um momento especial para recebermos o sacramento da penitência?

Há muitas maneiras de ligar o sacramento da confissão com a quaresma e sua conclusão. Uma delas é especial: A quaresma é um convite contínuo à conversão, ou seja, à uma revisão de vida, daquilo que pensamos, das nossas atitudes, do nosso relacionamento com as pessoas. Uma reorganização do coração, podemos dizer. A palavra de Deus foi nos orientando, o convite à conversão foi sendo insistente ao longo da quaresma. Nestes dias, concluindo o período quaresmal, nos colocamos diante de outra pessoa, no caso o padre ou o Bispo para o momento da confissão. Reconhecemos nossas faltas e confiamos, acima de tudo, na misericórdia de Deus. Nos colocamos nas mãos dele sabendo que, guiados pelo Espírito, poderemos levar uma vida nova. Desejo que você tenha ainda oportunidade de se confessar neste período, mas se não puder fazer nesses dias, antes da páscoa, procure fazê-lo nas próximas semanas.

3. Porque a maior parte dos padres se unem para a missa da quarta-feira da semana santa? Só o bispo quem abençoa os óleos nesta missa? Estes óleos são divididos e usados por todos os sacerdotes da diocese?

A missa do crisma, na nossa diocese é celebrada na quarta-feira Santa à noite. Isso é para dar oportunidade dos padres virem com representantes de suas comunidades. Trazem os leigos, representando suas paróquias e pastorais bem como os religiosos, religiosas e diáconos. Esta missa marca a vida da diocese porque ela recebeu um nome bem interessante: É chamada de Missa da Unidade. Os padres concelebram (celebram juntos) com o bispo, consagram o óleo do crisma. Isto é sinal de unidade da igreja e entre os padres – que nesta celebração também renovam as promessas do seu sacerdócio – e os fiéis que são ungidos com o óleo santo. Assim nós garantimos o sentido bonito da missa do crisma, a missa da unidade diocesana.

PS: – Missa “do” crisma pois trata-se da benção do óleo do crisma que depois é usado no sacramento da crisma.

4. Comer peixe é abster-se de carne, mas para muitos não é nenhum sacrifício, ainda mais quando o prato é transformado em uma iguaria sofisticada. Como devemos agir para manter a espiritualidade deste gesto?

Essa é uma pergunta que ouvimos muitas vezes. Sobre o comer peixe na semana santa ou não comer carne. Eu diria que hoje em dia nós precisamos considerar que esta orientação da igreja inclui o jejum e a abstinência de carne. Devemos considerar que este é um convite para que todos nós possamos fazer uma refeição como a dos pobres. Como os pobres podem comer? Que tipo de comida eles comem? É assim que toda a comunidade deveria fazer.

Não existe nada mais contraditório na igreja do que preparar um peixe sofisticado como o bacalhau, para a Semana Santa. Este é um tempo de despojamento, do senhor que não só é despido, mas é crucificado, é morto, é descido à mansão dos mortos. É este despojamento que nós seguimos ao conquistar um estilo sóbrio, bem simples de nos alimentarmos nos dias da semana santa. Claro que isso deveria inspirar também o nosso modo de nos alimentar ao longo do ano, mas especialmente nesses dias. O jejum consiste em tomar uma refeição no dia, devemos considerar a situação de saúde, de doença, do tipo de trabalho que a pessoa faz, e se for necessário, ter mais de uma refeição ao longo do dia. Entretanto é importante insistir sobre esta possibilidade bonita da vida espiritual que é fazer a experiência do necessitado. Jejum não é possível sem sentir fome, se alguém quiser fazer jejum e não sentir fome vai se decepcionar. Desejo que a orientação do jejum e da abstinência nos leve a um jeito sóbrio e simples de nos alimentarmos, mais próximo dos pobres

5. Como podemos fazer para que as crianças e jovens percebam que o principal na festa da Páscoa não é o chocolate, nem o coelho?

Não é tão simples responder a esta pergunta sobre como ajudar crianças e jovens a perceberem que o principal da festa da páscoa é Cristo, o mistério de sua morte, sepultura e ressurreição. Eu acrescentaria ainda que os próprios adultos, nós que professamos a fé, também precisamos continuamente desta busca, ou seja, compreender o que é o mais importante na Páscoa. Eu diria que um caminho bom para testemunharmos a importância da Páscoa, é como nós organizamos esses dias. Quando organizamos com a preocupação do que iremos comprar para comer, nós estamos indicando para as novas gerações o que é o mais importante: consumir, comer. Quando organizamos pensando em como vamos rezar melhor, como participar das celebrações, como iremos meditar a palavra, como iremos nos reconciliar entre família, então nós estamos indicando a eles o que é mais importante na vida: o seguimento de Jesus. O modo para ensinar é testemunhar, é viver coerentemente com a nossa fé. No Espírito Santo nós podemos realizar isso na participação da vida comunitária encontraremos ânimo para realizar isto.

Um abençoado tempo de conversão e abençoada Páscoa a todos vocês!

(Dom Edmar é bispo de Paranaguá e presidente da comissão Nacional de Liturgia da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

Por Pastoral da Comunicação da Diocese de Paranaguá

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