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Brasil mantém status de área livre do sarampo apesar de 37 casos confirmados

Os casos de sarampo no Brasil chegaram a 37 em 2024, após a confirmação de três novas infecções na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso. Apesar disso, o Brasil segue com o certificado de país livre da doença, já que a maioria dos casos tem origem importada e não há circulação endêmica do vírus dentro do território nacional.

Os 37 casos estão distribuídos em sete estados: um no Distrito Federal, dois no Rio de Janeiro, um em São Paulo, um no Rio Grande do Sul, 25 no Tocantins, um no Maranhão e seis em Mato Grosso. Os principais focos, registrados em Campos Lindos (TO) e Primavera do Leste (MT), tiveram início com a entrada de pessoas infectadas vindas da Bolívia, país que enfrenta surtos da doença. Para conter a disseminação do vírus, o Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais, realizou monitoramento dos infectados e de seus contatos, além de aplicar o bloqueio vacinal.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da vacinação para prevenir o sarampo. “No Brasil, acreditamos na ciência e, por isso, a vacina está disponível gratuitamente para toda a população de 12 meses a 59 anos. Estamos empenhados em evitar a reintrodução do vírus no país. Além das ações de vigilância, o Ministério da Saúde tem garantido o abastecimento de imunizantes em todos os estados”, afirmou.

No ano passado, o Brasil alcançou a meta de 95% de cobertura na primeira dose da vacina contra o sarampo, mas apenas 80,43% do público-alvo recebeu a segunda dose. Em 2024, a cobertura vacinal infantil até o momento está em 91,51% para a primeira dose e 75,53% para a segunda. A vacina, disponível no Sistema Único de Saúde, faz parte do calendário básico de vacinação infantil. A primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A segunda dose, feita aos 15 meses, utiliza a vacina tetraviral, que inclui também proteção contra a varicela, causadora da catapora. Pessoas com até 59 anos sem comprovante de vacinação ou com esquema vacinal incompleto devem regularizar sua situação.

O quadro epidemiológico do Brasil foi apresentado à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em uma reunião recente. Segundo o Ministério da Saúde, a entidade reconheceu os esforços brasileiros para manter o certificado de eliminação da doença, como a ampliação da vacinação e a adoção de respostas rápidas aos casos importados. No entanto, a Opas retirou o certificado de eliminação do sarampo para o continente americano após a detecção de circulação endêmica no Canadá por mais de 12 meses.

No continente americano, foram registrados até 7 de novembro de 2024, 12.596 casos confirmados de sarampo em dez países, número 30 vezes maior do que no ano anterior. Desse total, 95% foram concentrados no Canadá, México e Estados Unidos. A Opas recomendou aos países do continente que reforcem as ações de vacinação e implementem respostas rápidas a casos suspeitos de sarampo, com foco especial em áreas de fronteira.

O Brasil intensificou a vacinação em áreas de fronteira, especialmente com a Bolívia. Entre julho e outubro, quase 126 mil doses foram aplicadas nos estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Mato Grosso. Além disso, 640 mil doses foram doadas ao país vizinho. O estado do Pará, que está recebendo grande fluxo migratório devido à COP 30, também registrou intensificação da vacinação, com cerca de 351 mil doses aplicadas desde o início do ano.

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