Uma mulher foi torturada por quatro dias pelo marido, de 39 anos, em Quatro Barras, Paraná. Durante as agressões, o homem utilizou uma machadinha para raspar o cabelo da vítima. O caso ocorreu em maio, após uma festa de Dia das Mães, e veio à tona quando a mulher conseguiu fugir e procurar ajuda no Corpo de Bombeiros. A vítima ficou internada por uma semana devido aos ferimentos.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a violência começou enquanto o casal retornava da festa, no dia 11 de maio. Os dois moravam em uma casa anexa a uma chácara na zona rural de Quatro Barras, onde trabalhavam como caseiros. Durante a viagem, o suspeito começou a agredir a mulher e perguntou a ela se preferia ‘ser atirada no rio ou morrer debaixo de um caminhão’.
“Quando o casal chegou na propriedade, a mulher resolveu fugir ao perceber que o consumo de bebida alcoólica do companheiro estava se intensificando. Ela tentou sair pela lateral da casa, momento em que o suspeito percebeu e as agressões se intensificaram. Ele a agrediu com chutes, socos, pontapés e objetos contundentes”, detalhou a delegada Gessica Andrade, da Polícia Civil, em entrevista à Banda B.
Durante as agressões, o suspeito ameaçou jogar a vítima em uma fogueira que havia na chácara. Ele ainda a obrigou a gravar um áudio de despedida destinado ao filho. Mesmo ferida, a mulher foi forçada a passar uma noite na varanda da casa e foi impedida de buscar atendimento médico. “Durante os quatro dias seguintes, o investigado continuou com o mesmo padrão de agressões, tanto físicas quanto verbais. Em determinado momento, ele a puxou da cama e cortou o cabelo dela com uma machadinha. Ele a agredia com palavras, xingando, falando que ela não valia nada e que ela não seria nada sem ele”, continuou a delegada.
Após quatro dias de tortura, a vítima conseguiu fugir e, com a ajuda de vizinhos, acionou o SIATE (Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), do Corpo de Bombeiros. Os socorristas, ao verificarem as lesões, alertaram a Polícia Militar do Paraná (PM-PR). O suspeito foi preso em flagrante. Em depoimento, ele afirmou que ‘havia perdido a cabeça’.
No entanto, o homem foi liberado pela Justiça e responderá ao processo em liberdade, com monitoramento por tornozeleira eletrônica. A mulher, após receber alta hospitalar, denunciou o caso à Polícia Civil. “Diante da gravidade do relato dela e das agressões que ela sofreu, a delegacia achou por bem pedir a prisão preventiva desse homem, que foi deferida pelo juízo e cumprida pela equipe policial”, concluiu a delegada Gessica Andrade.
