Audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná destacou a necessidade urgente de medidas contra o uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre jovens em escolas. Realizado no plenário, o debate contou com especialistas das áreas de educação, saúde, segurança e justiça, que discutiram os problemas de saúde associados aos vapes, proibidos no Brasil.
O deputado Evandro Araújo (PSD), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, afirmou: “Existem escolas com centenas de cigarros eletrônicos apreendidos. Temos um problema de saúde, de educação e ambiental, pois há também a questão do descarte correto desses produtos”. Ele chamou a atenção para os malefícios que os vapes causam à saúde dos jovens, equivalente ao consumo de cerca de vinte cigarros comuns. “Isso está destruindo nossas meninas e meninos”, alertou a doutora Danielle Cristine Cavali Tuoto, promotora de Justiça.
A promotora destacou a proibição e contrabando desses dispositivos, enfatizando a necessidade de responsabilizar pais e adolescentes. “Esses cigarros eletrônicos são fruto de crime, de contrabando”, afirmou, defendendo ações conjuntas em orientação e prevenção.
Durante a audiência, a psicóloga Walquíria Onete Gomes relatou que uma escola do interior apreendeu cerca de 300 dispositivos. Segundo ela, o combate ao uso de drogas integra o currículo escolar, em parceria com órgãos de saúde e segurança, para conscientizar estudantes sobre os perigos do uso.
Romualdo Gama, do CRM-PR, ressaltou a necessidade de conscientização sobre os riscos, citando um projeto de lei em debate no Senado, abordando a regulamentação dos dispositivos. Ele concluiu com dados sobre os danos da nicotina ao cérebro em desenvolvimento.
A audiência também teve a participação de Maria Goretti Lopes, da Secretaria de Saúde, e outras autoridades, discutindo a atualização da legislação estadual e esforços para combater o comércio e consumo crescentes, principalmente entre os jovens.
Os Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs) estão proibidos conforme a Lei Antifumo estadual e devem ser sujeitos à nova RDC da Anvisa, que proíbe sua fabricação e comercialização. A OMS e o Ministério da Saúde destacam os riscos desses produtos, com emissões tóxicas prejudiciais a usuários e pessoas ao redor.