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Trabalho infantil aumenta 13,6% no Sul do Brasil em 2025, aponta IBGE

O trabalho infantil registrou aumento de 13,6% na região Sul do Brasil em 2025, alcançando 226 mil jovens entre 5 e 17 anos nessa condição. No ano anterior, o número era de 195 mil. Em âmbito nacional, o crescimento foi de 2,1%, totalizando 1,65 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho, um acréscimo de 34 mil em relação ao ano passado. Dois terços dessas pessoas são pretas ou pardas, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE.

A conselheira tutelar Patrícia Felix explicou que “o trabalho infantil cresce em regiões onde não há a escola em tempo integral – e é ainda maior durante o período de férias escolares”. Os setores em que as crianças mais trabalham incluem comércio e reparação de veículos, que concentram cerca de 30% dos casos. Em seguida, aparecem agricultura e pecuária (19%), alojamento e alimentação (11%), indústria (9%) e serviços domésticos (7%). O restante está distribuído entre diferentes áreas da economia. Segundo a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Katerine Volcov, “o trabalho infantil está presente em todos os setores da economia brasileira, por ser normalizado pela sociedade”.

Outro aspecto preocupante é a jornada de trabalho enfrentada por essas crianças e adolescentes. Cerca de 35% cumprem uma rotina superior a 25 horas semanais, enquanto 19% trabalham mais de 40 horas por semana, uma carga similar ou até maior que a de um adulto, que é de 44 horas semanais segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esses números expõem a exploração infantil como uma prática que vai além de simples responsabilidades ou agendas diárias atribuídas ao público infantojuvenil.

Além disso, em todo o Brasil, mais de 20 milhões de crianças cumprem rotinas domésticas ou cuidam de outras pessoas diariamente, sendo as meninas a maioria nessa situação. Para reverter esse cenário, Katerine Volcov defende que “uma política nacional integrada de combate ao trabalho infantil e a universalização da escola em tempo integral” seriam fundamentais.

Em Curitiba, a prefeitura afirma que todas as escolas municipais têm ao menos uma turma de ensino em tempo integral, totalizando quase 200 unidades em toda a cidade. Já no Paraná, apenas 412 das mais de duas mil escolas estaduais oferecem ensino durante todo o dia, de acordo com dados do Censo Escolar de 2024, publicado em abril de 2025.

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