Para reviver os momentos que marcaram gerações, o União Metropolitana preparou o especial “Tio Sam: Memórias de uma Era”, reunindo uma série de reportagens com depoimentos de frequentadores e protagonistas daquela época, trazendo lembranças divertidas e emocionantes da icônica danceteria que, mesmo após fechar as portas, mantém vivo o espírito das noites de dança, amizade e flashback em Campina Grande do Sul e região.
A série especial desta vez destaca o grupo Amigos do Tio Sam, que comemorou, no último sábado (27), seus 10 anos de fundação, mantendo viva a energia das noites de dança e amizade que marcaram os anos 80 e 90. O encontro, realizado em uma chácara do município, foi repleto de diversão, entretenimento e momentos para reviver antigas amizades e memórias da icônica casa noturna, e, claro, contou com muito flashback e passinhos para reviver a época.
O fundador
Entre os momentos mais aguardados da festa, esteve a presença do fundador do Tio Sam, Alder Costa, conhecido como “Ceará”. Ele proferiu um discurso emocionante, relembrando a história da casa e compartilhando memórias pessoais que marcaram sua trajetória e a de tantas pessoas.
Fotos: Colaboração Amigos do Tio Sam. “Ceará”, fundador do Tio Sam, emocionou os presentes com histórias e memórias da lendária danceteria.
Ao longo do discurso, ele destacou a importância da amizade, da empatia e da tolerância dentro do grupo e da própria comunidade:
“A palavra amizade, tolerância, ver o que está sentindo um amigo, isso é importantíssimo para um grupo. Às vezes o amigo está com uma dificuldade, primeiro tem que saber o que aconteceu com ele, para depois agir. É isso que se faz uma família ou um grupo”, afirmou, emocionando os convidados com sua sinceridade e experiência.
Com depoimentos, risadas e lembranças compartilhadas, a festa provou que, mesmo após décadas, o espírito do Tio Sam continua presente, alimentando histórias, memórias e amizades que resistem ao tempo.
Do reencontro virtual à pista de dança
Presidido por João Luiz Corrêa, o grupo nasceu da simples vontade de resgatar os laços criados na época das pistas cheias. A ideia inicial era apenas reunir os amigos que frequentavam a extinta casa noturna. O primeiro passo foi dado nas redes sociais, com conversas no Facebook e, posteriormente, no WhatsApp.
O primeiro encontro presencial foi a confirmação de que a nostalgia unia a todos.
“Foi a coisa mais linda, espetacular,” lembra João Luiz, emocionado por terem conseguido, inclusive, reencontrar o DJ da época e os ex-donos da casa.
O grupo cresceu, as lembranças vieram à tona e, naturalmente, a música falou mais alto.
“No nosso primeiro encontro não teve como ficar parado. A gente dançou, relembrou os bons momentos,” conta João Luiz.
A partir dali, os encontros passaram a ser embalados pelas músicas que tocavam no Tio Sam, o que deu origem ao nome oficial: Amigos do Tio Sam, uma homenagem direta ao local que marcou a juventude de seus integrantes.
Os hinos da noite – a magia do flashback
Para os frequentadores, algumas canções são verdadeiros gatilhos de memória. João Luiz recorda com carinho o momento mais clássico e melancólico das noites: o encerramento.
“Dava uma tristeza quando começava o último rock. Era o sinal de que a festa estava acabando. As portas se abriam e era hora de ir embora,” relembra com saudade.
No entanto, havia rituais musicais que animavam a pista: pelo menos duas vezes por noite, tocavam “Can’t Go Back” do Fleetwood Mac e “Just We Two (Mona Lisa)” do Modern Talking, dois hinos da época. Para fechar a festa com chave de ouro, a tradicional música de encerramento era “Who Made Who” do AC/DC, um clássico que até hoje desperta lembranças.
Naquela época, antes dos celulares e das redes sociais, os encontros eram combinados ali mesmo.
“Nossa vida era dentro do Tio Sam. Muitos de nós casamos com pessoas que conhecemos ali,” revela João Luiz.
A casa também era palco de concursos de dança e noites temáticas, como a Noite do Havaí e a Noite do Horror, embaladas por sucessos de artistas como Michael Jackson e Modern Talking.
Fotos: Colaboração Amigos do Tio Sam. No embalo do flashback, o grupo reviveu os passinhos que marcaram as noites inesquecíveis do Tio Sam.
A evolução do grupo: dança e celebração
Com o tempo, os encontros evoluíram. O grupo começou a ensaiar os famosos “passinhos” e, em 2025, os integrantes decidiram intensificar a prática, passando a ter aulas regulares de dança. Hoje, os Amigos do Tio Sam contam com 27 integrantes e mantêm a tradição de se reunir cerca de quatro vezes ao ano, além das aulas.
João Luiz faz questão de destacar a essência do grupo, que nunca foi a competição.
“Houve problemas com outros grupos que queriam transformar tudo em competição, criar rivalidade. Mas a nossa essência é outra. Não estamos aqui pra disputar, estamos aqui pra celebrar e ser felizes com o flashback,” afirma.
O entusiasmo do grupo ganhou ainda mais força com a recente aprovação da lei que instituiu o Dia Municipal do Flashback em Quatro Barras, celebrado em 16 de junho. Mesmo sendo em um município vizinho — e não em Campina Grande do Sul, onde funcionava a extinta casa de shows —, os integrantes do Amigos do Tio Sam apoiaram a iniciativa, acompanharam a votação de perto e comemoraram a conquista. Agora, o grupo já planeja novas ações e eventos temáticos para valorizar ainda mais uma cultura que segue atravessando gerações.
Para João Luiz, o segredo da união que sustenta o grupo há mais de uma década cabe em poucas palavras:
“simplicidade e respeito. É isso que nos mantém juntos por tantos anos”.
Fotos: Colaboração Amigos do Tio Sam.
Você viveu os tempos de ouro do Tio Sam?
O União Metropolitana convida você que dançou, riu, amou ou viveu momentos inesquecíveis no Tio Sam a compartilhar suas histórias, incluindo fotos, lembranças, amizades e hits que marcaram noites. Envie seu relato pelo WhatsApp (41) 3676-1532 ou e-mail [email protected] e faça parte dessa viagem no tempo, porque o Tio Sam não foi só um lugar, foi uma fase da vida — e cada memória merece ser contada.