A primeira semana de setembro começou com instabilidades no tempo nas regiões Oeste, Sudoeste, Sul e Noroeste do Paraná. De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), as chuvas e ventos fortes tendem a diminuir progressivamente, com as temperaturas subindo até quarta-feira (03). Contudo, na quinta-feira (04), uma frente fria trará mais chuva e queda nas temperaturas na metade sul do Estado.
No domingo (31), as rajadas de vento ultrapassaram os 50 km/h em cidades como Cascavel, Loanda, distrito de Horizonte em Palmas, Santa Helena, Santo Antônio da Platina e Toledo. Os maiores acumulados de chuva foram registrados em Laranjeiras do Sul (26,2 mm), Morretes (16 mm) e Guaíra (11,4 mm).
Nesta segunda-feira (1º), até o meio-dia, as rajadas de vento seguiram acima de 50 km/h nos municípios de Cascavel, Guarapuava, Loanda, Maringá, distrito de Horizonte em Palmas, Ponta Grossa e Santo Antônio da Platina. As instabilidades continuam no Oeste, Sudoeste e Noroeste do Estado, com pancadas de chuva e trovoadas localizadas em cidades como Toledo, Foz do Iguaçu e Umuarama. Até o fim do dia, essas instabilidades devem permanecer restritas à região de fronteira com países vizinhos e às divisas com Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
“Nesta segunda-feira, as instabilidades no Paraná continuam devido à formação de uma área de baixa pressão que se formou na altura do Paraguai e Nordeste da Argentina, associada ao deslocamento de um cavado meteorológico pela Argentina. Esse sistema se afasta em direção ao oceano, no sul do Uruguai, até o final desta noite”, explica Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
O sistema meteorológico mencionado é diferente das frentes frias, comuns no inverno. Segundo Leonardo Furlan, uma área de baixa pressão ocorre em regiões onde a pressão do ar é reduzida em comparação às áreas ao redor, o que favorece o levantamento de massas de ar, resultando na formação de nuvens e no aumento da possibilidade de chuvas e tempestades. Furlan acrescenta: “Normalmente esses sistemas estão conectados com a circulação atmosférica em médios e altos níveis, que induzem queda de pressão na superfície, assim possibilitando a ocorrência de chuva.”
Enquanto isso, o sol predomina em outras regiões do Estado, com temperaturas ultrapassando os 30°C no Noroeste e no Norte durante a tarde. Já no Leste do Paraná, a circulação marítima mantêm nebulosidade, chuviscos e temperaturas abaixo dos 20°C ao longo do dia. Pontualmente, houve registros de chuvas significativas, como na nova estação meteorológica instalada em agosto na base do Parque Estadual Pico Marumbi, em Morretes, onde foram acumulados 78 mm até o meio-dia.
Na terça-feira (02), a chance de chuva isolada na região Leste diminui, mas a nebulosidade segue variável ao longo do dia. O sol aparece um pouco mais e as temperaturas podem alcançar os 25°C. No Noroeste e Oeste do Paraná, os termômetros continuam subindo e podem atingir os 35°C. Próximo à fronteira com países vizinhos e à divisa com Santa Catarina, a nebulosidade persiste, com possibilidade de chuvas isoladas, especialmente no período da tarde.
Na quarta-feira (03), as temperaturas continuam a subir em todo o Paraná, chegando a 28°C em Curitiba e ultrapassando os 30°C em diversas localidades do Estado. “As instabilidades podem atuar de forma isolada na divisa com Santa Catarina e também no Oeste e Noroeste do Paraná, devido ao aquecimento diurno e também pela oferta de umidade nessas regiões”, explica Furlan.
Entretanto, o cenário muda a partir de quinta-feira (04), com o avanço de uma frente fria pelo Sul do país. Este sistema deverá trazer chuva até sexta-feira (05), além de provocar uma queda significativa nas temperaturas, especialmente na metade sul do Paraná. Em Palmas, por exemplo, as temperaturas devem variar de 13°C a 26°C na quarta-feira (03), cair para entre 12°C e 19°C na sexta-feira (05) e atingir apenas entre 9°C e 13°C no sábado. Curitiba terá temperaturas de 15°C a 27°C na quinta-feira (04), caindo para 10°C a 13°C no sábado. No Oeste do Estado, a queda será um pouco mais amena, com cerca de 5°C de diferença, enquanto na metade norte as temperaturas terão pouca variação.
Leonardo Furlan explica que uma frente fria é caracterizada por uma zona de convergência entre duas massas de ar com características distintas — uma de ar mais aquecido (seco ou úmido) e outra de ar mais frio (seco ou úmido). “O ar quente fica situado na sua dianteira, enquanto na sua retaguarda temos o avanço do ar mais frio. No hemisfério sul, as frentes frias se deslocam de oeste para leste e de sul para norte (do polo em direção ao trópico). Esses sistemas frontais, quando munidos de fluxo de umidade e calor e também de áreas de baixa pressão, favorecem a ocorrência de chuvas fortes e tempestades”, ressalta o meteorologista.