Nesta segunda-feira (7), o governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu o projeto executivo do Moegão, que visa centralizar as descargas de trens chegando ao Porto de Paranaguá. O investimento do Governo do Estado atinge R$ 592 milhões para a criação do sistema de descarga ferroviária exclusivo para grãos e farelos. Esse sistema estará conectado aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação, o que resultará em um aumento de 63% na capacidade de descarga.

O projeto foi desenvolvido pelo Consórcio Tucumã, formado por quatro empresas, que também será responsável por sua implementação. A contratação foi feita de forma integrada por meio de um processo licitatório em 2022, e a empresa trabalhou no projeto executivo a partir de janeiro. As obras devem começar nos próximos meses, após a análise e ajustes no projeto, seguindo um cronograma de execução de 20 meses.

Segundo o governador, esse é o maior projeto de intervenção portuária em andamento no Brasil e tem a perspectiva de melhorar significativamente a eficiência do Porto de Paranaguá, que já foi considerado o mais eficiente do Brasil por três anos consecutivos. “É a maior obra deste tipo no Brasil e que vai dar mais eficiência ao Porto de Paranaguá, alavancando em 30% a movimentação de cargas e fazendo com que a participação do modal ferroviário chegue a 50%, chegando a um equilíbrio com as rodovias”, afirmou.

A estrutura será instalada em uma área de quase 600 mil metros quadrados e terá capacidade para descarregar simultaneamente até 180 vagões em três linhas independentes. Isso significará que o número de vagões descarregados diariamente no Porto de Paranaguá aumentará de 550 para 900.

O governador Ratinho Junior também destacou que essa obra é parte de um planejamento de longo prazo, considerando a alta capacidade produtiva da agroindústria paranaense, que atingiu a maior safra de soja da história em 2023, e seu potencial de crescimento. No primeiro semestre de 2023, o Corredor Leste registrou a maior movimentação de cargas em 50 anos.

Além de melhorar a eficiência, o projeto Moegão também tem o objetivo de reduzir em 30% os custos de transporte e diminuir os impactos ambientais, com uma redução de 73% nas emissões de CO2. “O Paraná tem batido recordes seguidos na produção de grãos e de proteína animal, e o Porto de Paranaguá precisa acompanhar esse crescimento tanto em capacidade quanto em velocidade”, acrescentou.

O secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou que o Moegão é o maior projeto estrutural contratado pelo Governo do Paraná em 2023. “É mais de meio bilhão de reais em investimento para atender o modal ferroviário, mas também o rodoviário, pois haverá reestruturação do terminal, o que é importante para a logística do Porto de Paranaguá, mas também para a população da cidade”, declarou.

O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, ressaltou que, além dos benefícios diretos proporcionados pela obra, ela também impacta positivamente o desenvolvimento econômico da cidade. “São quase R$ 600 milhões em investimentos, que vão gerar empregos e renda para a população durante a obra, e que devem permitir um aumento de R$ 25 milhões aos cofres municipais com a arrecadação de impostos e que serão usados para o desenvolvimento de Paranaguá”, comentou o gestor municipal.

Nova ferroeste

Em relação à carga ferroviária, das 58,4 milhões de toneladas de cargas movimentadas pelos Portos do Paraná no ano passado, 20,95% foram transportados por ferrovias. Com a conclusão do Moegão, a expectativa é que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos sejam movimentados anualmente por Paranaguá, elevando a participação do modal ferroviário para 50% no transporte de cargas pelo porto.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, ressaltou que o Moegão é parte de um plano maior que considera toda a infraestrutura e logística. “É uma obra importante para que o porto se capacite para o futuro visando uma operação ferroviária adequada. O Paraná está na vanguarda por olhar ferrovias, rodovias e portos ao mesmo tempo, desenvolvendo-os de maneira integrada”, disse.

Luiz Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário, afirmou que a construção do Moegão é essencial para o sucesso da nova estrada de ferro. “Hoje, o trem corta 16 vias apenas no lado Leste do porto. Com a obra entregue, serão apenas cinco vias e sem a necessidade de fazer nenhuma manobra. Isso faz com que não só o porto ganhe, mas também a cidade”, concluiu o diretor-presidente.

Presenças

Participaram da solenidade os secretários estaduais da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge; do Turismo, Marcio Nunes; e da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Marcelo Rangel; o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), Fernando Furiatti; o chefe da Capitania dos Portos do Paraná, capitão de Mar e Guerra Anderson Brito de Melo; o deputado federal Stephanes Júnior; o deputado estadual Soldado Adriano José; e outras autoridades.

Foto: Gilson Abreu / AEN.