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Programa Mulher Segura promove redução de 37% nos feminicídios em cidades do Paraná

As 20 cidades paranaenses que receberam ações do programa Mulher Segura, desenvolvido pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), registraram uma redução de 37,93% no número de feminicídios em 2024. O levantamento, referente ao período de 08 de abril a 30 de novembro, compara os dados ao mesmo intervalo de 2023, quando os casos caíram de 29 para 18, resultando na preservação de 11 vidas.

Lançado em abril, o programa tem o objetivo de combater a violência contra a mulher por meio de ações direcionadas. Os resultados evidenciam a eficácia da prevenção ao crime e a atuação integrada das forças de segurança. Entre as iniciativas do programa, destacam-se eventos educativos voltados ao enfrentamento da violência doméstica, empoderamento feminino e os direitos das mulheres, com oficinas de defesa pessoal, primeiros socorros e prevenção de crimes. O projeto também reforça o trabalho operacional da Polícia Militar, que realiza visitas a vítimas e agressores, e da Polícia Civil, que intensifica investigações para evitar a escalada de conflitos.

O programa está presente em Curitiba, São José dos Pinhais, Colombo, Araucária, Almirante Tamandaré, Piraquara, Fazenda Rio Grande, Campo Largo, Paranaguá, Londrina, Apucarana, Sarandi, Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Santa Helena, Medianeira e Foz do Iguaçu. Essas localidades foram escolhidas com base na incidência histórica de crimes contra mulheres. Entre abril e novembro de 2024, o programa realizou 420 palestras, que alcançaram mais de 51 mil pessoas no estado. Dessas, 276 palestras foram destinadas ao público feminino, abordando temas como empoderamento, direitos das mulheres e prevenção da violência. As ações incluem, ainda, palestras voltadas para a conscientização masculina.

“Estamos falando de vidas salvas. Mais do que números, isso significa mães voltando para suas famílias, filhos que não perderam suas mães e comunidades que não tiveram suas histórias interrompidas pela violência”, destacou Hudson Leôncio Teixeira, secretário da Segurança Pública do Paraná. Ele acrescentou: “Esse é um problema de toda a sociedade, e estamos agindo de maneira estratégica para mensurar os resultados. Vamos continuar trabalhando sempre em prol da defesa das mulheres.”

Nos últimos meses, outra vertente do programa intensificou, em todo o Paraná, o cumprimento de mandados de prisão e a realização de flagrantes de crimes contra mulheres. Entre abril e novembro de 2024, as forças de segurança registraram 10.927 prisões relacionadas aos seguintes crimes: feminicídio (100), violência doméstica (7.264), estupro (1.102), descumprimento de medidas protetivas (1.627) e falta de pagamento de pensão alimentícia (834). De acordo com o delegado Leonardo Carneiro, coordenador do programa, os números refletem a crescente confiança das mulheres na rede de proteção e a disposição em denunciar casos de violência que permaneciam subnotificados.

“O grande número de registros mostra que as mulheres estão mais confiantes para buscar ajuda, o que nos permite agir com rapidez e frear a escalada da violência, evitando crimes mais graves, como o feminicídio”, ressaltou o delegado.

Uma das inovações do programa foi a criação do projeto “De Homem para Homem”, lançado em agosto de 2024. A iniciativa surgiu com base na importância de promover mudanças culturais no comportamento masculino em relação à violência de gênero. O projeto realizou 144 palestras entre abril e novembro, incentivando reflexões sobre atitudes masculinas e propondo uma transformação cultural para prevenir crimes contra mulheres. “O enfrentamento à violência contra a mulher exige mais do que ações de repressão. Não se trata de um crime comum, mas de um problema social que precisa ser combatido com mudanças de mentalidade. Por isso, conscientizar os homens sobre o impacto de seus atos é essencial para quebrar esse ciclo de violência”, afirmou o secretário Hudson Teixeira.

Outro ponto de destaque foram as 49 mil visitas pós-delito realizadas durante a iniciativa, sendo 41.706 diretamente relacionadas ao programa Mulher Segura. Nessas ocasiões, as forças policiais visitaram vítimas, testemunhas e, em alguns casos, os agressores. O objetivo foi oferecer acolhimento, reforçar a proteção às vítimas e monitorar possíveis situações de risco, garantindo a prevenção de novas agressões. Essas ações buscam estabelecer confiança entre a comunidade e as forças de segurança, além de potencializar uma atuação mais preventiva e eficaz no enfrentamento da violência de gênero.

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