A primavera começou nesta segunda-feira (22) trazendo dias mais floridos e ensolarados, mas também um cenário favorável para o aumento das alergias sazonais, muitas vezes ocasionadas por pólens e flores. Sintomas como crises respiratórias, coceira e espirros são frequentes nesta época do ano, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, como asma, rinite e sinusite. O aumento da umidade e da temperatura intensifica ainda mais os casos de alergias.
No Sistema Público de Saúde (SUS) do Paraná, o tratamento pode ser iniciado na Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios. Após a avaliação inicial, o paciente pode ser encaminhado, se necessário, para a Atenção Especializada, com atendimento de especialistas como alergologistas, pneumologistas ou dermatologistas. “A Secretaria de Estado da Saúde reforça que o SUS está preparado para atender a população, desde a Atenção Primária, nas UBS, até o encaminhamento para especialistas quando necessário. Nosso compromisso é garantir que cada cidadão do Paraná tenha acesso ao cuidado adequado, prevenindo complicações e promovendo qualidade de vida”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.
Dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde, revelam que, entre janeiro e julho deste ano, foram registrados 45.972 atendimentos relacionados a alergias ou reações alérgicas no Paraná. No mesmo período de 2024, esse número chegou a 48.295 atendimentos, totalizando 82.362 em todo o ano. Esses sintomas, por vezes, podem ser confundidos com resfriados ou até pneumonias.
Melissa Erdmann, médica pediatra e infectologista do Hospital Infantil Waldemar Monastier (HIWM), em Campo Largo, esclarece que resfriados normalmente apresentam coriza, tosse leve e febre baixa. Já a asma provoca chiado recorrente, tosse seca e dificuldade para respirar, especialmente durante a noite. Em quadros de pneumonia, são comuns febre alta, tosse persistente e respiração acelerada ou cansada. “O mais importante é observar a evolução dos sintomas. Se houver piora progressiva, febre persistente ou sinais de dificuldade respiratória, não hesite em procurar atendimento médico”, orienta Melissa.
A médica também reforça que, embora não seja possível eliminar totalmente os alérgenos, algumas medidas podem reduzir significativamente as crises e melhorar a qualidade de vida, especialmente de crianças e idosos. Ela destaca: “Não é possível eliminar totalmente os alérgenos, mas com medidas simples, é possível reduzir bastante as crises e melhorar a qualidade de vida, principalmente dos idosos e das crianças.”
Para amenizar os sintomas das alergias com a chegada da nova estação, recomenda-se:
– Manter os ambientes limpos, evitando o uso de vassouras, que levantam poeira
– Usar panos úmidos para limpar superfícies
– Evitar acumular tapetes, cortinas e bichos de pelúcia
– Garantir que os ambientes sejam secos e bem ventilados
– Lavar as roupas de cama semanalmente
– Evitar gatilhos alérgicos, como pó, poeira, pelos, mofo, pólen e perfumes
– Fortalecer o sistema imunológico com boa hidratação, sono adequado, alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares