A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) deu início nesta segunda-feira (17), com o apoio dos municípios, a uma campanha de resgate de vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano) para adolescentes e jovens com idades entre 15 e 19 anos. Esta faixa etária foi excepcionalmente incluída na estratégia por três meses, considerando que a vacina contra o HPV está, de regra, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
Segundo a Divisão de Vigilância do Programa de Imunização da Sesa, há 216.697 jovens não vacinados que são o público-alvo da ação. Inicialmente, a campanha ocorre nos municípios que sediam as Regionais de Saúde e será, posteriormente, ampliada para todo o Estado. O reforço dessa estratégia foi anunciado no evento Saúde em Movimento, realizado na semana passada em Foz do Iguaçu, durante a Comissão Intergestores Bipartite do Paraná (CIB/PR), com apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems/PR) e do Conselho Estadual de Saúde do Paraná (CES/PR).
“Esta é uma oportunidade para quem perdeu o prazo ou que ainda não recebeu a vacina. O Paraná tem realizado ações contínuas para incentivar a imunização, incluindo campanhas de conscientização, mobilizações em unidades de saúde e parcerias com escolas para ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. Ele complementou: “É mais um passo para atingirmos as coberturas vacinais ideais e a proteção aos adolescentes e jovens paranaenses.”
A estratégia de vacinação ocorre em um momento em que as coberturas vacinais apresentam queda. Até março de 2024, o esquema vacinal do HPV previa duas doses, mas a partir desta data o Ministério da Saúde passou a adotar o regime de dose única, o que deve impactar a comparação de números entre os anos. Em 2024, foram aplicadas 71.407 doses da vacina em meninas de 9 a 14 anos e 88.634 doses em meninos da mesma faixa etária. A cobertura vacinal daquele ano foi de 97,12% para meninas e 87,17% para meninos. Em 2025, contudo, os números registraram queda nos dois primeiros meses, com cobertura de 81,59% para meninas e 72,77% para meninos.
“Um dos principais objetivos desta ação é eliminar o câncer de útero até 2030. Esse objetivo faz parte do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Câncer do Colo do Útero da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”, afirmou Virginia Dobkowski Franco dos Santos, chefe da Divisão de Vigilância do Programa de Imunização da Sesa.
O câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente entre mulheres no Brasil, de acordo com dados da OPAS. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 17.010 novos casos por ano entre 2023 e 2025, o que equivale a uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos por 100 mil mulheres.
Além da vacinação contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos, outros grupos populacionais também têm acesso à imunização. Dentre eles, destacam-se pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea, e pacientes oncológicos com idades entre 9 e 45 anos. Outras categorias incluem vítimas de abuso sexual entre 15 e 45 anos não vacinadas, pacientes com papilomatose respiratória recorrente e usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) entre 15 e 45 anos.