O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgou nesta sexta-feira (6) a Resolução nº 1.014/2025 para o enfrentamento das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). O documento estabelece medidas para prevenção e controle das doenças no Estado, como atendimento prioritário a pacientes com sintomas de SRAG e fortalecimento da vacinação entre grupos prioritários. A resolução decreta estado de alerta em saúde pública para SRAG, cria o Plano de Ação Estadual e exige que os municípios elaborem seus próprios planos de ação. A validade do documento é de 90 dias.
Dados da Sesa indicam que, desde o início do ano, foram confirmados 10.635 casos e 523 óbitos por SRAG hospitalizado no Paraná. Entre estes, 991 casos e 85 óbitos estão relacionados à Influenza, sendo que apenas nove das vítimas fatais haviam sido vacinadas contra a gripe. Entre as semanas epidemiológicas nº 18 (27 de abril) e nº 22 (31 de maio) de 2024 e 2025, os casos hospitalizados de SRAG aumentaram 43,17%, passando de 3.164 para 4.530. Entre os 399 municípios do Estado, 55,6% (222/399) registraram internações por vírus respiratórios e 6,3% (25/399) contabilizaram óbitos.
“Estamos com um momento de muita pressão nas vagas de leitos hospitalares, tanto de enfermaria quanto também de UTIs em todo o Estado, e com essa resolução de alerta instituímos o plano de ação para enfrentamento dessa síndrome respiratória aguda grave neste momento”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
A Sesa iniciou a aquisição de 100 mil testes rápidos do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) para a detecção de Influenza A, B e Covid-19. O investimento de R$ 800 mil do Tesouro do Estado será destinado para abastecer Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Pronto Atendimento (PA) de hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS). O objetivo é permitir diagnósticos rápidos para um manejo clínico mais eficaz. “Usar esse teste rápido do IBMP, que detecta influenza A, influenza B e também Covid, possibilita o profissional de saúde entrar antecipadamente com o esquema terapêutico com medicação do oseltamivir (tamiflu), auxiliando na recuperação dos pacientes”, explicou o secretário.
Na última semana, a Sesa habilitou a abertura de 58 leitos nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa para atender a demanda crescente por internações devido a SRAGs. Esses leitos incluem 20 de internação pediátrica no Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo; 13 no Hospital do Coração Bom Jesus, em Ponta Grossa (10 de enfermaria e 3 de UTI); e 25 pediátricos no Hospital Madre Die, em São Miguel do Iguaçu (15 de enfermaria e 10 de UTI infantil). A expectativa é de que o Estado tenha capacidade para abrir até 200 novos leitos, dos quais 50 são de UTI e 150 de enfermaria. Atualmente, a taxa de ocupação geral é de 88% para UTIs e 62% para enfermarias, sendo 10% e 6%, respectivamente, ocupados por casos de SRAG. Este ano, as internações por SRAG entre crianças e idosos aumentaram em relação a 2024. Foram registradas 5.765 internações de crianças até cinco anos (14,12% de aumento em relação ao ano anterior) e 6.937 de idosos acima de 60 anos (19,66% de aumento). Quase 80% dos pedidos de internação registrados na Central de Leitos são desses dois grupos.
A resolução reforça a importância da vacinação contra a gripe influenza. Dados do Vacinômetro Nacional mostram que 2.462.215 doses já foram aplicadas no Paraná, com cobertura geral de 42,11% entre os públicos prioritários (idosos, crianças e gestantes). Ainda assim, os índices estão abaixo da meta de 90%, sendo 46,03% para idosos, 33,74% para crianças e 30,83% para gestantes. Este ano, o Paraná recebeu 4.188.000 vacinas do Ministério da Saúde.
O boletim de monitoramento da circulação viral divulgado na sexta-feira indica que, entre as amostras analisadas pelo sistema Sentinela, 47,9% (1.267 de 2.643) testaram positivo para vírus respiratórios. Entre os vírus identificados, 283 são Influenza e 1.009 outros vírus respiratórios, enquanto 48 amostras apresentaram codetecções. A Covid-19 permanece em destaque, com 14.600 casos e 94 óbitos reportados entre 29 de dezembro de 2024 e 31 de maio de 2025 no Paraná, resultando em uma incidência de 125,9 casos por 100 mil habitantes e uma taxa de mortalidade de 0,81 óbito por 100 mil habitantes.
