O papa Francisco passou bem a noite, permanece “estável” e não precisou de ventilação mecânica não invasiva nas últimas horas, após ter enfrentado uma crise respiratória, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (3) pelo Vaticano.
Segundo o relatório médico, o estado clínico do pontífice argentino continua “complexo” e o prognóstico é considerado “reservado”. O comunicado informa que Francisco “não precisou de ventilação mecânica não invasiva, mas apenas de oxigenoterapia de alto fluxo”, após o episódio de crise que ocorreu na última sexta-feira, quando também sofreu um episódio de vômito. O papa segue sem febre.
O líder católico, de 88 anos, está internado desde 14 de fevereiro devido a um quadro de bronquite com infecção polimicrobiana, acompanhada de pneumonia bilateral. No domingo, ele recebeu a visita do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, e do secretário adjunto de Estado, o venezuelano Edgar Peña Parra.
Pelo terceiro domingo consecutivo, Francisco não proferiu a tradicional mensagem do Angelus. No entanto, em uma mensagem enviada aos participantes do congresso científico “O fim do mundo? Crises, responsabilidades, esperanças”, iniciado hoje (3) em Roma, o papa defendeu o respeito pela ciência e a necessidade de reforçar o multilateralismo global.
Durante o pronunciamento lido, Francisco criticou a tecnocracia neoliberal e a desregulamentação utilitarista, alertando que essa postura “coloca o mundo mais perto do colapso”. Ele pediu “organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para assegurar o bem comum global, a erradicação da fome e da miséria e a defesa segura dos direitos fundamentais”.
“Sabendo que não é a tecnocracia que nos vai salvar”, afirmou o pontífice. Ele também ponderou que “ceder à desregulamentação planetária utilitarista e neoliberal significa impor como única regra a lei do mais forte”, algo que classificou como uma “lei que desumaniza”.
Francisco elogiou a escolha do tema “policrise”, afirmando que o termo “evoca o caráter dramático da conjuntura histórica vivida atualmente, em que as guerras, alterações climáticas, os problemas energéticos, as epidemias, migrações e a inovação tecnológica” se misturam, resultando em desafios profundos para o mundo.