Começaram nesta semana as obras da garagem do Bonde Urbano Digital (BUD) no Terminal São Roque, em Piraquara. O espaço, localizado nos fundos do terminal, será utilizado como oficina de manutenção e base de carregamento do veículo, que é 100% elétrico e fará a linha entre Pinhais e Piraquara. A previsão é de que o início da operação ocorra em novembro. No momento, os serviços estão focados na etapa de infraestrutura, com escavações em andamento. Na sequência, será feita a fundação da garagem, seguida pela implantação dos pisos e pilaretes que sustentarão a estrutura metálica. A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) lidera o projeto em parceria com a empresa chinesa CRRC Nanjing Puzhen.
“Iniciamos as obras da garagem do BUD no Terminal São Roque, em Piraquara. Ele terá um local específico, onde será carregado durante a noite para poder operar no dia seguinte”, afirmou Gilson Santos, diretor-presidente da Amep. Paralelamente à construção da garagem, uma sala do Terminal São Roque será adaptada para funcionar como Centro de Controle Operacional (CCO) do BUD. Nesse local, equipes acompanharão em tempo real todo o deslocamento do veículo por meio de câmeras instaladas em diferentes pontos do bonde digital, que enviam as imagens ao vivo para o CCO.
“Todo o sistema do BUD é guiado por câmeras e a operação interna tem essa preocupação com a segurança dos passageiros. Esses equipamentos remetem o sinal em tempo real para o CCO, onde haverá uma equipe acompanhando tudo”, explicou Santos. “Nas próximas semanas, iniciaremos também a implantação das guias magnéticas na rodovia.”
Na última quinta-feira (18), uma comitiva composta por representantes brasileiros e de outros quatro países visitou o BUD, atualmente em processo final de montagem no Parc Autódromo, em Pinhais. O bonde, que se desloca no asfalto por indução magnética, é pioneiro na América do Sul em operações dessa natureza e tem atraído o interesse de cidades e estados brasileiros, além de outros países. Mais de 50 governos já entraram em contato com a Amep para obter informações detalhadas sobre a tecnologia. Entre os locais que demonstraram interesse estão Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT) e cidades argentinas como Buenos Aires e Córdoba. Representantes da Costa Rica, Colômbia e Chile também conheceram o veículo.
O Bonde Urbano Digital mede 30 metros de comprimento, possui ar-condicionado e pode operar nos dois sentidos. Sua velocidade atinge até 70 km/h, superando os 60 km/h do sistema BRT. Outro diferencial é a durabilidade do veículo, que pode chegar a 30 anos, três vezes mais que a vida útil do transporte coletivo atual. O BUD é equipado com tecnologias de rastreamento automático, orientação autônoma e proteção eletrônica ativa, além de sensores, radares e câmeras, o que garante maior segurança, mesmo compartilhando as vias com outros tipos de veículos, como carros, caminhões, motos e ônibus.
Entre as vantagens do sistema estão os menores custos de implantação – até três vezes inferior aos sistemas VLT –, a possibilidade de condução automática em vias segregadas, como canaletas, e o curto tempo de implementação, que pode ser de apenas um ano para trechos de até 15 quilômetros com cerca de 15 veículos. Também é possível expandir o sistema com até quatro carros de 10 metros, ampliando a capacidade para até 360 passageiros.