Notícias sobre lojas sendo fechadas estão cada vez mais frequentes na região do Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul. De janeiro para cá, muitos varejistas, sobretudo do ramo de vestuário, já baixaram as portas.
O Jornal União foi atrás dos lojistas locais a fim de encontrar respostas sobre tantos fechamentos. Alguns donos desses empreendimentos revelaram à nossa reportagem que o grande número de lojas fechadas coincide com o aumento do aluguel dos pontos comerciais, bem como de situações envolvendo roubos e furtos aos estabelecimentos.
Entre os casos de furtos, uma mesma loja de roupas na rua Leonardo Francischelli fechou as portas após ter a mercadoria saqueada duas vezes. Na época, após o ocorrido o proprietário falou sobre o futuro incerto do empreendimento na cidade. Semanas depois, a loja foi novamente alvo de furto, só que dessa vez já não havia mais nenhuma mercadoria no estabelecimento.
Apesar das dificuldades financeiras e da insegurança, os empresários explicaram que – em alguns casos – o fechamento das lojas faz parte de uma estratégia varejista, ou seja, o desempenho do ponto de venda foi repensado e cogita-se a mudança de local ou até mesmo de ramo.
Um exemplo prático dessa mudança está acontecendo com uma loja de roupas e utensílios domésticos localizada no cruzamento das ruas Ângelo Antônio Zanchettin e Alderico Bandeira de Lima, que em breve vai ingressar no ramo alimentício com a inauguração de um minimercado e açougue. O empreendimento está na última semana de atividades no ramo de vestuário e vem promovendo uma queima de destoque de 50% em todos os produtos.
Algo parecido vem também acontecendo com duas lojas de roupas na rua João Trevisan, ao lado do terminal de ônibus. O anúncio na porta de uma delas anuncia: “Entrega de ponto, últimos dias!”. Os dois empreendimentos pertencem a um mesmo proprietário que planeja fechar uma das lojas e dar lugar a um mercado. O local para a implantação do novo empreendimento já está passando por uma readequação estrutural, no entanto, a loja ainda continua com o atendimento à clientela convencional.
Os problemas que envolvem a decisão de encerrar as atividades dos estabelecimentos vão muito além dos pontuados pelos lojistas. Segundo especialistas, aspectos econômicos e sociais, taxa de juros elevada e mudanças no comportamento dos consumidores são fatores que também interferem no desempenho de um negócio.
Fotos: Adilson Santos / Jornal União
