Com o objetivo de intensificar as medidas preventivas contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, a Prefeitura de Campina Grande do Sul iniciou uma ampla força-tarefa intersetorial. O Mutirão de Combate à Dengue, coordenado pela Vigilância em Saúde, está em execução desde setembro e mobiliza diversas secretarias municipais para um esforço conjunto.
Ações estratégicas e envolvimento da comunidade
A iniciativa começou no bairro Santa Rosa em setembro, servindo de modelo para a abrangência das ações subsequentes. O mutirão faz parte do trabalho permanente do Comitê de Erradicação e Controle da Dengue, que articula o apoio das seguintes áreas:
- Educação: auxilia na divulgação e conscientização.
- Ação Social: colabora com orientações e campanhas comunitárias.
- Meio Ambiente: fornece diretrizes sobre o descarte correto de resíduos.
- Infraestrutura: realiza o recolhimento dos materiais volumosos.
Durante a força-tarefa, os moradores são avisados com antecedência para colocar na frente de casa lixos volumosos e eletrônicos que não fazem parte da coleta regular, como móveis velhos, eletrodomésticos quebrados e sucatas. As equipes da Vigilância visitam as residências, fazendo inspeções porta a porta e orientando os moradores sobre os cuidados necessários para eliminar possíveis criadouros. A meta é orientar, não multar, conscientizando que até uma simples tampinha de garrafa pode se tornar um foco do mosquito.

Resultados e cronograma de bairros
O trabalho no primeiro bairro, Santa Rosa, já apresentou resultados expressivos: 280 casas foram visitadas (com 260 acessos autorizados), 30 possíveis focos de dengue foram identificados e 28 caminhões de entulhos foram recolhidos pela Infraestrutura.

O mutirão já foi realizado no bairro Jardim Paulista e segue com um cronograma definido. As próximas etapas com data marcada incluem:
- 24 de novembro: Bairro Eugênio Maria
- 8 de dezembro: Moradias Timbu, Joana Olímpia e Jardim Água Doce
A prioridade neste ciclo inicial é dada às regiões inseridas em Área de Proteção Ambiental (APA), onde o uso de inseticidas é proibido. Nesses locais, o trabalho se concentra na retirada mecânica dos lixos e na intensificação da orientação. Posteriormente, as ações se estenderão para áreas mais urbanas como Araçatuba, Santa Rita e a Sede do município.
Monitoramento científico e situação da Dengue
Os dados coletados são fundamentais: quando o registro de ovos em uma ovitrampa ultrapassa 200, a área é classificada como de alta infestação. O monitoramento já identificou, em determinadas medições, picos de mais de 500 ovos por armadilha, demonstrando a intensa proliferação do vetor.

Os materiais coletados nas ovitrampas são analisados em laboratório e, posteriormente, incinerados. A meta é ter toda a área urbana coberta com ovitrampas até dezembro, já que o mosquito possui hábitos essencialmente urbanos. Este mapeamento técnico é crucial para direcionar os mutirões e as ações de controle de forma precisa e planejada.
Campina Grande do Sul foi classificada como área infestada no último ciclo.
No entanto, as medidas preventivas mostram reflexos positivos: nos meses de agosto e setembro, não houve registro de casos confirmados. Com a chegada do calor, a Vigilância espera o surgimento de notificações suspeitas, o que torna a conscientização e a responsabilidade individual ainda mais cruciais. A mensagem central é de que “se cada um fizer a sua parte, o mosquito não se multiplica”.








