Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, acusada de assassinar a própria filha para ficar com a guarda do neto, enfrentará júri popular na próxima quinta-feira (28), em Campina Grande do Sul, no Paraná. A mulher foi capturada em maio do ano passado, em Marilândia do Sul, após permanecer foragida por quase 20 anos.
Segundo a denúncia, em fevereiro de 2007, Tânia, então com 41 anos, teria estrangulado Andréa Rosa de Lorena, sua filha de 23 anos, utilizando um fio. O crime teria ocorrido no bairro Jardim Menino Deus, em Quatro Barras, e o corpo foi encontrado dois dias depois pelo marido da vítima, escondido embaixo de uma cama. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), a acusada foi até a casa da filha acompanhada do então companheiro, Everson Luís Cilian, almoçaram juntos e cometeram o homicídio em seguida. Tânia planejava ficar com a guarda do neto, à época com 5 anos.
O caso chocou a comunidade. Andréa deixou dois filhos pequenos: um menino de 5 anos e uma menina de 9 meses. Everson foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele foi preso em 2023 em Apucarana e julgado no ano seguinte em Campina Grande do Sul. As ações penais contra Tânia e Everson foram desmembradas, de forma que cada um deles responde a uma ação individual.
“A denunciada será julgada pelo crime de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, com emprego de asfixia e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O caso será julgado em Campina Grande do Sul pois o Município de Quatro Barras, na época do crime, integrava a comarca. Pelo Ministério Público do Paraná, atuará no julgamento a 3ª Promotoria de Justiça de Campina Grande do Sul”, informou o MP.
O crime ganhou destaque após ser exibido em um programa de televisão. Quando o paradeiro de Tânia foi denunciado anonimamente, a Polícia Militar foi até o local indicado e confirmou sua identidade. Ela estava trabalhando como faxineira sob o nome falso de Lourdes e não resistiu à prisão.
O neto de Tânia, hoje com cerca de 23 anos, revelou que chegou a ter contato com a avó antes de sua prisão. Ele contou que recebeu mensagens de Tânia, que dizia “querê-lo de volta”. Na época do crime, ele vivia com a mãe, a avó e a irmã mais nova.