O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta quinta-feira (30) a Lei 22.741/2025, que permite, a partir de 2026 e mediante consulta pública, a adesão das escolas de educação em tempo integral da rede estadual ao modelo cívico-militar (CCM). Atualmente, 312 escolas no Paraná já utilizam o modelo, atendendo cerca de 190 mil estudantes. Entre 2021 e 2024, a ampliação do programa trouxe benefícios como melhora nos índices de aprendizagem, redução da evasão escolar e maior participação das famílias na rotina educacional.
“A expansão do CCM é uma oportunidade estratégica para reforçar não apenas o vínculo dos estudantes com a escola, mas também os valores de cidadania e respeito mútuo como forma de desenvolvimento integral dos jovens paranaenses”, afirmou o secretário da Educação, Roni Miranda. Aprovada no dia 28 de outubro pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a nova legislação determina que a comunidade escolar participe das consultas públicas, respeitando as decisões das famílias e demais integrantes dessas comunidades. A lista de escolas aptas ainda está em estudo, e as consultas serão divulgadas previamente no Diário Oficial e em portais oficiais do Governo do Estado.
A regra que exclui escolas noturnas, CEEBJAs, instituições indígenas, quilombolas, conveniadas com APAE, itinerantes, de assentamentos ou com dualidade administrativa da adesão ao programa foi mantida. No entanto, colégios agrícolas com mais de 150 alunos poderão integrar o modelo no futuro.
De acordo com o secretário Roni Miranda, a proposta atende à grande demanda manifestada pelas comunidades escolares. No Paraná, mais de 10 mil estudantes aguardam matrícula em instituições do modelo CCM. “Esse modelo nasceu de uma demanda da comunidade e tem mostrado excelentes resultados. O Paraná tem a melhor educação do Brasil, e seguimos trabalhando para manter esse padrão e expandi-lo para cada vez mais escolas”, ressaltou.
No Colégio Estadual Cívico-Militar Beatriz Ansay, em Curitiba, a demanda pela metodologia cresceu expressivamente desde 2023. Com 1.200 alunos matriculados, a unidade mantém uma fila de espera de mais de 500 estudantes. “Em número de alunos, costumo dizer que somente com a fila de espera daria pra ‘abrir’ uma nova escola. É muito gratificante sabermos que tantos jovens gostariam de estudar aqui”, afirmou o diretor da unidade, Sandro Mira Junior. Em Araucária, o Colégio Cívico-Militar Dias da Rocha também apresenta alta procura, com 517 estudantes na fila. De acordo com Maria Fernanda Temporal, mãe de uma aluna do 8º ano, a proposta é um diferencial para as famílias. “Nos colégios cívico-militares, valores como cidadania e respeito fazem parte do dia a dia. É isso que buscávamos”, destacou.
Outro dado que comprova os benefícios do modelo é o aumento da frequência escolar, 3% superior à média das outras instituições do estado. No Colégio Cívico-Militar Padre José Canale, em Apucarana, Vale do Ivaí, a presença média dos alunos passou de 78% para 92% após a introdução do modelo. O diretor da escola, Robson Desidera, afirma que o ambiente estruturado atrai maior participação dos alunos. “Criamos uma rotina organizada, com acompanhamento próximo e valorização do aprendizado. Isso faz com que os alunos se sintam parte da escola e participem mais ativamente”, explicou.
Desde sua implementação em 2021, o modelo cívico-militar tem sido coordenado pela Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR). A metodologia combina a gestão civil com a atuação de militares da reserva, que apoiam atividades administrativas e ajudam na organização escolar.
 
				 
															






