O jornalista Cristiano Freitas, de 46 anos, foi encontrado morto em sua residência na manhã desta terça-feira (4), no bairro Jardim das Américas, em Curitiba. Segundo testemunhas, um carro HB20 na cor prata foi visto deixando o local pouco antes de os vizinhos notarem o portão aberto, o que despertou atenção. Ao verificar, um dos vizinhos encontrou o corpo do jornalista. As circunstâncias do crime estão sendo investigadas pela Polícia Civil. De acordo com a delegada Magda Hofstaetter, a vítima foi encontrada amarrada e amordaçada, com ferimentos no pescoço. Ainda conforme a Polícia, o suspeito que saiu do local de carro havia entrado na residência a convite da vítima, afastando a hipótese de arrombamento. A motivação do crime segue sob apuração.
Cristiano Freitas tinha ampla experiência em assessoria de imprensa de grandes empresas e eventos, como o Festival de Curitiba. Como editor do suplemento Gazetinha e do caderno FUN, ambos da Gazeta do Povo, apresentou o jornalismo a inúmeras crianças e adolescentes. Reconhecido por sua amabilidade, fala tranquila e personalidade pacífica, era muito querido pelos colegas de trabalho.
“O Cris era um cara cheio de ideias, mil projetos e com uma mente inquieta, que estava sempre em ação. Eu costumava dizer que a cabeça dele era a caixinha da ‘piração’, mergulhava numa ideia e só parava quando a visse executada nos mínimos detalhes! Era também um líder, daqueles silenciosos, que conseguia envolver e encantar todo mundo que estava por perto”, relembrou a jornalista Dani Blaskievicz, orientada por Cristiano no projeto Gazetinha. Dani também recordou momentos marcantes: “Em um desses projetos, minha casa virou locação de um dos filmes da Gazetinha, com minha mãe fazendo pastel pra todo o elenco, sempre com direito a muitas gargalhadas! O Cris vai fazer muita falta nesse mundo, ele acreditava e apostava na transformação constante por meio da arte! Uma perda imensa!”, lamentou.
A jornalista Patrícia Pinheiro, amiga de longa data de Cristiano, também prestou homenagem. “Nos formamos juntos, fazíamos trabalhos juntos na faculdade. Ele foi meu chefe na Gazeta e depois eu fui chefe dele no (Hospital) Pequeno Príncipe. Estávamos mais afastados desde 2020, mas não consigo acreditar nessa tragédia. É muito cruel, é muito triste, é muito surreal e inacreditável”, disse Patrícia.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná divulgaram uma nota lamentando a morte de Cristiano Freitas. “Por enquanto não há detalhes sobre as circunstâncias e autoria do assassinato que apontem a correlação da profissão da vítima com a motivação, mas os sindicatos vão acompanhar o trabalho das autoridades. Aos amigos e familiares da vítima, nossas condolências e votos de solidariedade.”
A organização do Festival de Curitiba também emitiu uma nota oficial sobre a morte do jornalista. “É com profunda tristeza que informamos o falecimento do jornalista Cristiano Freitas, membro da equipe de assessoria de imprensa do 33º Festival de Curitiba, aos 46 anos. Apaixonado por arte e cultura, Cris teve uma trajetória marcante em diversos veículos de comunicação e se destacava como um grande conhecedor do teatro. Este ano, a convite do coordenador Maximilian Santos, realizou um antigo desejo ao integrar nossa equipe, trazendo sua experiência, talento e entusiasmo. Infelizmente, nosso colega foi encontrado em sua casa, e a causa de sua morte ainda não foi esclarecida. Estamos todos consternados, em choque e profundamente tristes com essa perda repentina. Em poucos dias de trabalho conosco, Cris já havia deixado sua marca, contribuindo com entrevistas, ideias e pautas instigantes, sempre com dedicação e energia contagiante. Seu entusiasmo fará muita falta. Expressamos nossos mais sinceros sentimentos à família, amigos e colegas que tiveram o privilégio de conhecê-lo e compartilhar momentos ao seu lado.”