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Governo do Paraná, setor privado e entidades do agronegócio unem esforços para conter casos de gripe aviária

Poder público, produtores rurais, sociedade e entidades representativas estão unindo esforços para conter o avanço da gripe aviária no Paraná. O assunto foi debatido na manhã desta segunda-feira (26), em reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), na sede da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), em Curitiba.

Segundo informações divulgadas, o estado registrou dois casos de gripe aviária confirmados em aves silvestres da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus) no litoral. O primeiro caso, na cidade de Antonina, foi confirmado na noite de sexta-feira (23), e outra amostra, colhida no município de Pontal do Paraná no dia 22, também foi confirmada laboratorialmente como um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

Medidas de vigilância estão sendo implementadas nas propriedades próximas aos focos da doença, e mais um caso está em investigação na região litorânea. A amostra suspeita foi enviada nesta segunda-feira (26) para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal – OMSA como referência internacional em diagnóstico de Influenza Aviária. É importante ressaltar que os exames anteriores foram processados pelo mesmo laboratório.

Vale destacar que a infecção pelo vírus da gripe aviária em aves silvestres não altera o status sanitário do Paraná e do Brasil como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), o que significa que não há impacto no comércio internacional de produtos avícolas. Além disso, é importante ressaltar que não há risco no consumo de carne e ovos, pois a doença não é transmitida por meio do consumo.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ressaltou a atenção do governo estadual em relação à produção e ao status sanitário do Paraná. Ele afirmou que é o momento de reforçar os cuidados com as propriedades dos produtores rurais para impedir que a doença se espalhe para a avicultura comercial. O governo está adotando uma estratégia de intervenção eficiente nesse sentido.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) deve publicar uma portaria ainda hoje para suspender temporariamente a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para aves do litoral, com o objetivo de impedir que sejam levadas para outras regiões do estado. O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, pediu que a população continue informando casos suspeitos à agência e apelou aos produtores para que tomem os cuidados necessários.

Além disso, a Adapar está dando atenção total às notificações de suspeitas, realizando colheitas de amostras para diagnóstico laboratorial, isolando animais, interditando propriedades e investigando possíveis vínculos. A agência também capacitou e treinou profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, contando com médicos veterinários dedicados e com alta capacidade técnica na área de saúde avícola.

A reunião realizada nesta segunda-feira (26) contou com a presença de entidades representativas do setor produtivo, como o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), além de órgãos de segurança do governo estadual e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

De acordo com a Sesa, as pessoas que tiveram contato com as aves infectadas, assim como pessoas próximas, estão sendo monitoradas. O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, também se colocou à disposição com sua equipe de técnicos para colaborar com as ações.

O superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Cleverson Freitas, informou que o órgão está disponibilizando R$ 200 milhões para que os estados possam intensificar as ações de vigilância. Ele reforçou o compromisso em evitar a entrada da doença nas granjas comerciais e tranquilizou a população, afirmando que não há risco de contaminação pelo consumo de carne e ovos.

Diante da situação, é fundamental que haja uma detecção precoce e uma notificação imediata de suspeitas da doença, a fim de permitir uma resposta rápida e evitar a disseminação. Os produtores e a população em geral devem ficar atentos aos sinais clínicos apresentados pelas aves infectadas pelo vírus da gripe aviária.

Por questões de segurança, é importante evitar a manipulação de aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença. Qualquer suspeita de Influenza Aviária, incluindo sinais respiratórios, neurológicos ou alta mortalidade súbita em aves, deve ser imediatamente notificada à Adapar, seja pessoalmente nas unidades locais ou por meio do site www.adapar.pr.gov.br, utilizando a plataforma e-Sisbravet.

Os donos de aviários devem reforçar os cuidados, garantindo o fechamento adequado de todas as frestas para evitar o contato de outras aves, incluindo as silvestres, com as aves comerciais. É essencial restringir o acesso de pessoas não autorizadas às instalações e garantir que aqueles que precisam ter contato com as aves usem roupas e sapatos específicos para essa atividade. Essas medidas também se aplicam aos produtores de ovos. Lavar as mãos e trocar de roupas e sapatos antes de acessar as granjas é fundamental.

A Influenza Aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, podendo ter consequências graves para a saúde animal, economia e meio ambiente. Ações coordenadas e um trabalho conjunto entre produtores, órgãos governamentais e sociedade são essenciais para combater a doença, proteger a avicultura e preservar a saúde pública.

Foto: Gisele Barão.

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