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Enaex volta a operar parcialmente enquanto laudo levanta hipótese do frio ter provocado explosão

A Enaex Brasil anunciou a retomada gradual de suas operações no complexo industrial de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. A produção foi reiniciada em 5 de setembro, começando pelos insumos não explosivos, após rigorosas inspeções técnicas e autorizações necessárias.

Segundo a companhia, o complexo conta com 25 unidades produtivas, todas submetidas a análises criteriosas antes da reabertura. A empressa informou que equipes de colaboradores passaram por um processo de preparação para garantir a segurança no retorno, e a expectativa é restabelecer, de forma progressiva, 100% da capacidade produtiva nas próximas semanas

Apesar da retomada parcial das operações, a produção do explosivo X-Booster — diretamente ligado à explosão de 12 de agosto, que resultou na morte de nove trabalhadores e deixou outros sete feridos — permanecerá suspensa por tempo indeterminado. A Enaex enfatiza que a segurança de seus colaboradores e a preservação da vida seguem sendo prioridades inegociáveis.

Frio intenso é apontado como possível causa da explosão

A Delegacia da Polícia Civil do Paraná (PCPR) segue conduzindo a investigação do acidente. O inquérito, inicialmente previsto para encerrar em setembro, foi prorrogado por mais 30 dias devido à complexidade do caso e ao grande volume de informações técnicas ainda em análise. Entre as principais linhas de apuração, o laudo da Polícia Científica do Paraná (PCIPR) apontou que a baixa temperatura registrada no dia da tragédia — cerca de 3°C — pode ter contribuído de forma significativa para a explosão.

“A medida é essencial para que todas as diligências pendentes sejam realizadas com o devido rigor, garantindo que nenhuma hipótese seja descartada sem a devida verificação. O objetivo é entregar à sociedade e às famílias das vítimas um relatório final completo, embasado e responsável”, afirmou a delegada Géssica Andrade, responsável pelo caso.

O laudo apresentado pela polícia é considerado peça-chave para subsidiar o inquérito. O documento foi concluído em 19 dias e reúne análises técnicas, hipóteses de cenários e recomendações ao setor industrial.

Segundo o perito oficial Jerry Gandin, trata-se de um material completo, elaborado com base no método RCA (Root Cause Analysis), que avalia múltiplos fatores contributivos. Entre os pontos destacados, os peritos identificaram que a baixa temperatura pode ter favorecido a solidificação do pentolite, substância usada no carregamento dos busters, o que teria levado à detonação.

Além da análise técnica da explosão, a Polícia Científica também realizou a identificação das vítimas em apenas nove dias, um tempo considerado recorde, graças ao trabalho conjunto de cerca de 80 profissionais que atuaram com impressões digitais e exames genéticos.

Próximos passos

Com a retomada parcial das atividades, a Enaex informou que segue colaborando com as autoridades nas investigações do acidente. O laudo da Polícia Científica servirá de base para o Ministério Público e a Justiça em possíveis responsabilizações, enquanto a comunidade de Quatro Barras e as famílias das vítimas aguardam com expectativa a conclusão do inquérito e a definição oficial das causas da tragédia.

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