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Enaex Brasil volta às atividades enquanto inquérito é concluído; investigação aponta falhas de gestão de risco em explosão

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) concluiu o inquérito sobre a explosão ocorrida em 12 de agosto na empresa Enaex Brasil, em Quatro Barras, que resultou na morte de nove funcionários. A conclusão do inquérito ocorreu na mesma semana em que a empresa anunciou a retomada de suas operações no complexo industrial. O relatório final afastou a existência de crime doloso ou culposo, mas apontou falhas significativas na gestão de risco da companhia — falhas que, somadas, criaram o cenário que levou ao acidente.

A investigação reuniu depoimentos de funcionários, imagens de câmeras de segurança, relatórios técnicos e e-mails corporativos para reconstruir a sequência de acontecimentos. Segundo a delegada Gessica Andrade, o trabalho exigiu precisão e paciência, conectando dados técnicos, relatos e evidências periciais para identificar a origem da explosão.

Os documentos analisados mostraram que a unidade 44, onde ocorreu o acidente, já apresentava sinais evidentes de desgaste. Equipamentos antigos, corrosão acentuada e falhas recorrentes no controle térmico da mistura explosiva formavam um cenário de risco. Os depoimentos também indicaram um processo de trabalho altamente dependente da ação humana e de soluções improvisadas, o que a delegada descreveu como “um sistema que beirava o rudimentar”.

O laudo da Polícia Científica do Paraná concluiu que o atrito entre as pás do misturador e o explosivo parcialmente solidificado pelo frio intenso foi a provável causa da detonação. O choque mecânico teria gerado energia suficiente para iniciar a explosão. Embora não tenha sido identificada responsabilidade penal individual, o caso segue com possibilidade de desdobramentos nas esferas trabalhista, cível e administrativa.

Em paralelo à conclusão do inquérito, a Enaex Brasil comunicou, por meio de Nota Oficial, que todas as 25 unidades produtivas passaram por rigorosas inspeções e receberam as devidas autorizações técnicas para retomada das operações. As equipes também foram submetidas a um processo de preparação e treinamento, com o objetivo de restabelecer a capacidade produtiva dentro de padrões reforçados de segurança.

A empresa destacou que a planta X-Booster, onde ocorreu o acidente, permanecerá inativa por tempo indeterminado, e que o Campo de Provas retomará operações com 81% de redução na agenda de testes. Segundo a companhia, a segurança e a vida das pessoas seguem como prioridade e disponibilizou canais diretos de comunicação com a comunidade. Atualmente, a unidade em Quatro Barras gera mais de mil postos de trabalho.

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