O Paraná tem se destacado como um dos maiores geradores de emprego formal no Brasil nos últimos anos. Um fator significativo é o aumento expressivo nas contratações de trabalhadores com 50 anos ou mais. Segundo o Boletim do Novo Caged, do Ministério do Trabalho, entre janeiro e maio de 2025 foram criadas 1.481 vagas formais para essa faixa etária no Paraná, um crescimento de 17% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o saldo era de 1.256 vagas.
Entre as novas contratações de 2025, a maioria dos trabalhadores com 50 anos ou mais possui ensino médio completo. Os setores que mais contrataram foram os de produção de bens e serviços industriais, como a indústria extrativa, construção civil e transformação de metais. Também houve registros de empregos para vendas no comércio e professores do ensino médio. O avanço mostra uma valorização crescente da experiência e maturidade profissional no mercado de trabalho, com empresas reconhecendo a capacidade de adaptação tecnológica desses trabalhadores. O Paraná se posiciona como um dos estados líderes nesse processo de inclusão etária.
“O conhecimento acumulado ao longo da vida é um ativo precioso. Valorizar esses profissionais é também garantir mais produtividade e estabilidade para as empresas”, afirma o secretário do Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná, Do Carmo. Ele atribui o crescimento a políticas públicas alinhadas e à atenção dada a essa faixa etária.
Esse movimento ocorre em um cenário de expansão econômica no estado. Em maio de 2025, o Paraná registrou 6.866 novas vagas com carteira assinada, o melhor resultado da região Sul. O saldo positivo decorre de 170.297 admissões e 163.431 desligamentos. No acumulado do ano, o estado soma 86.318 empregos formais, ocupando o terceiro lugar no país, atrás de São Paulo (314.166) e Minas Gerais (124.182).
O setor de serviços liderou a geração de empregos entre janeiro e maio de 2025, com 43.585 vagas criadas. A indústria (20.573), construção (10.239), comércio (9.715) e agropecuária (2.206) vieram em seguida. Proporcionalmente, a agropecuária apresentou o maior crescimento, com expansão de 82% em relação ao mesmo período de 2024. Esses dados refletem a diversificação da economia paranaense, capaz de gerar empregos de maneira equilibrada em diferentes setores.
As agências do trabalhador desempenham papel importante para atender às demandas do mercado. Atualmente, estão disponíveis 22.442 vagas no estado do Paraná. Cargos como alimentador de linha de produção (6.435 vagas), abatedor (986), operador de caixa (699) e magarefe (696) estão entre os mais ofertados, principalmente em Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá. As vagas representam tanto o crescimento da indústria quanto a manutenção das atividades nos setores de comércio e serviços.
QUALIFICAÇÃO
O bom desempenho do mercado de trabalho não é acidental. A coordenação entre a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda e outras entidades públicas e privadas tem sido fundamental. A intermediação ativa de mão de obra e iniciativas para promover a diversidade têm contribuído para que grupos historicamente marginalizados, como idosos, mulheres e jovens, sejam mais incluídos no mercado.
Um exemplo é o Projeto Qualifica Paraná, que no ano passado recebeu um investimento de R$ 16 milhões do Tesouro Estadual e ofereceu 8 mil bolsas de qualificação. Para 2025, o aporte já soma R$ 30 milhões, ampliando o alcance do programa. Até junho, mais de 3.500 pessoas se formaram em cursos de capacitação no estado, muitas delas com 50 anos ou mais.
“A disposição empresarial em promover a diversidade está mudando o perfil do mercado de trabalho no estado. Com isso, a economia paranaense cresce, porque está mais inclusiva, mais representativa e melhor preparada para os desafios do presente e do futuro”, conclui o secretário Do Carmo.