No último dia 17 foi comemorado o dia do eletricista. O profissional que faz com que tudo funcione corretamente para a chegada de algo que é tão importante para nós: a energia elétrica. Na região, além dos eletricistas particulares, há agentes da Companhia Paranaense de Energia (Copel) que trabalham dia e noite para que o processo da chegada da luz nas residências não falhe.
“O momento mais gratificante do meu serviço é quando acontece algum acidente que culmina no desligamento da energia elétrica e nós vamos até o local, às vezes passamos a noite inteira trabalhando, mas conseguimos reestabelecer a energia, que é algo tão importante para todos”, afirma o eletricista James Enor Rosa, de 43 anos, que há 15 dedica a sua vida à Copel.
No dia a dia de trabalho, ele conta que nem tudo é fácil. “Nós recebemos os serviços pelo tablet, e apenas executamos. Os momentos de fazer o corte de energia em algumas residências, por falta de pagamento, são os piores, porque em muitas casas é nítido que aquelas pessoas realmente não têm como pagar”.
James trabalha ao lado de Sebastião Mirando. Segundo ele, todos os serviços precisam ser realizados em dois. “Nós estamos sempre em dupla. Além de eletricista somos motoristas, pois precisamos dirigir o carro da Copel, que, aliás, que já sofri um acidente, no início da minha carreira na companhia”, diz James.
Antes de ingressar, por concurso, na Copel, há seis anos, Sebastião já trabalhava na área. “Eu era terceirizado e trabalhava no laboratório da Copel; já era eletricista há oito anos e, para mim, essa é uma das melhores áreas que eu atuei. Hoje, aos 62 anos, ter condições de levantar e saber que tem um serviço me esperando, é muito gratificante”. Para ele, a parte ruim da função é na hora de fazer o corte de energia. “Esses clientes acham que somos pessoas ruins, mas, na verdade, estamos apenas cumprindo ordens”.
Até pouco tempo, os eletricistas que atendem a região de Campina Grande do Sul e Quatro Barras iam até Adrianópolis, a aproximadamente 150 quilômetros, onde prestavam serviços a uma comunidade quilombola, com cerca de 150 consumidores. “Em alguns desses clientes nós tínhamos que andar até 10 quilômetros a pé com a escada nas costas. Em uma dessas visitas, eu levei um susto, pois vi um pé de lima e fui pegar a fruta, mas perto tinha um rebanho de búfalos, e eles vieram correndo para o meu lado. Ainda bem que nada aconteceu, mas foi engraçado”.
Da agência da região, o eletricista mais experiente é Oldair Marinho, de 45 anos, que lembra que essa é uma ótima função, que tem seus altos e baixos. “Mas, é viciante, quem toma água no capacete, não sai mais desta vida”. Assim como os colegas, ele também sente que a pior parte de atuar como eletricista da Copel é a hora do desligamento da energia. “Algumas vezes isso nos parte o coração, mas, em compensação, quando o pessoal já está sem energia há algum tempo e você chega e resolve o problema, as pessoas ficam contentes e é muito gratificante”.
Ele conta sobre uma ocasião em que Quando trabalhava na Vila Hauer, quando trabalhou a noite inteira. “Teve um temporal, rodei a noite trabalhando todo encharcado e quando cheguei em casa para tomar um banho e dormir, não tinha energia, foi mais um banho frio. Mas, eu adoro ser eletricista, apesar de algumas vezes ser muito desgastante física e psicologicamente.”.