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Dia dos Pais: origem e diferenças entre países destacam aspectos culturais e históricos

O Dia dos Pais teve sua origem nos Estados Unidos, quando, no início do século XX, a norte-americana Sonora Smart Dodd teve a ideia de homenagear o pai. William Jackson Smart, veterano de guerra, criou seis filhos sozinho. Sonora solicitou à Associação Ministerial da cidade de Spokane que apoiasse a iniciativa de homenagear os pais. “A ideia de reverenciar o pai, porém, é ancestral. Trata-se de uma forma de cada um buscar retomar as próprias origens, encontrando nelas, muitas vezes, a própria razão de existir”, afirma o crítico de arte e curador Oscar D’Ambrosio. A primeira comemoração em Spokane aconteceu em junho de 1910, o mesmo mês em que nasceu o pai de Sonora. Contudo, somente em 1966, o presidente americano Lyndon Johnson decretou que a data seria celebrada no terceiro domingo de junho. Seis anos depois, o presidente Richard Nixon tornou o Dia dos Pais um feriado em todo o território dos Estados Unidos. “Tornar o Dia dos Pais um feriado constitui uma maneira de celebrar as origens e de colocar a instituição da família em primeiro plano, fortalecendo o conceito de que cada um se constrói enquanto ser humano a partir da herança biológica, ética e moral que recebe de seus parentes mais próximos”, ressalta D’Ambrosio.

No Brasil, a data foi instituída em 1953 por Sylvio Bhering, então diretor do jornal O Globo e da rádio Globo, como parte de uma campanha publicitária que visava estimular a venda de presentes em homenagem aos pais. Inicialmente voltada ao Rio de Janeiro, a celebração rapidamente ganhou abrangência nacional. “O Dia dos Pais, assim como o das mães e das crianças, está profundamente ligado ao mundo capitalista e dos negócios. Não se trata de demonizar isso, mas de entender a data como uma ação de marketing que pode também potencializar relações estremecidas e gerar aproximações não só pela entrega de presentes, mas principalmente pelos momentos de convívio que a data propicia”, comenta D’Ambrosio. A escolha inicial foi o dia 16 de agosto, em referência a São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus. Posteriormente, passou para o segundo domingo de agosto, onde permanece até hoje.

Em outros países, a data varia. Na Espanha, Portugal e Itália, celebra-se em 19 de março, dia de São José, marido de Maria e pai de Jesus Cristo. “Vincular o Dia dos Pais aos personagens bíblicos, como Joaquim, pai de Maria, ou José, pai de Jesus, traz uma conotação cristã que afasta a celebração da data de outras crenças. Especificamente no caso de José, existe ainda a complexa questão de ele não ser o pai biológico de Jesus, mas de ter aceito a gravidez de Maria, gerada pelo Espírito Santo, como um ato de fé no poder de Deus sobre a Humanidade”, complementa D’Ambrosio.

Já na Rússia, o Dia dos Pais não é específico, mas os pais costumam ser homenageados no Dia do Defensor da Pátria, celebrado em 23 de fevereiro, uma data criada em 1919 para homenagear os membros do exército soviético. “Embora a data seja diversa de acordo com questões culturais específicas, a celebração do patriarcado, de certa forma, é uma maneira de reverenciar a linhagem paterna da família como um universo de poder e de afeto, em que existe a transmissão de valores em que a sociedade acredita, como sacrifício, afeto e fortalecimento e continuidade da família”, conclui D’Ambrosio.

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