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Curitiba recebe 10 equipes de cuidados paliativos pelo SUS com investimento de R$ 5,3 milhões anuais

Curitiba está entre as primeiras cidades brasileiras a receber equipes de cuidados paliativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cidade contará com dez equipes da Equipe Matricial de Cuidados Paliativos (EMCP), com investimento anual de R$ 5,3 milhões. Essa estrutura inclui médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e técnicos de enfermagem, comprometidos em oferecer suporte especializado e humanizado para a população que necessita desse cuidado.

A capital paranaense faz parte do grupo das 14 primeiras equipes matriciais e assistenciais oficializadas pela Portaria GM/MS nº 8.032/2025, publicada em 1º de setembro. Além de Curitiba, Araguaína (TO), Blumenau (SC) e Pelotas (RS) também foram contempladas. O investimento federal total para custeio dessas equipes será de R$ 8 milhões por ano.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou a relevância da iniciativa: “Fortalecer a rede de cuidado e oferecer suporte técnico para levar alívio e dignidade a todos os brasileiros que precisam desse atendimento especializado”. O secretário de Atenção Especializada, Mozart Sales, complementou: “Esses profissionais têm expertise e atuação fundamental. Vamos avançar rápido para credenciar mais equipes e consolidar essa política em todo o país”.

O objetivo do Ministério da Saúde é garantir pelo menos uma Equipe Matricial de Cuidados Paliativos (EMCP) em cada macrorregião do Brasil até 2026. Essas equipes atuarão como referência regional, principalmente por meio de telessaúde. Gradualmente, também serão habilitadas as Equipes Assistenciais (EACP), que terão vínculo direto com hospitais e outros serviços de saúde.

A Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), implementada em 2024, conecta-se ao programa Agora Tem Especialistas, voltado à ampliação do acesso a consultas, exames e cirurgias especializadas no SUS. A PNCP reforça o conceito de cuidado integral, especialmente em áreas como oncologia e cardiologia, que apresentam maior prevalência de pacientes em sofrimento grave.

Os cuidados paliativos abrangem práticas médicas, psicológicas e sociais, com foco em melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Essa abordagem multiprofissional busca aliviar o sofrimento, controlar sintomas (como dor, ansiedade e falta de ar) e oferecer suporte emocional ao paciente e sua família. O objetivo não é curar, mas promover conforto e dignidade.

“É uma abordagem da saúde que, se eu pudesse simplificar em uma palavra, seria conforto. Eu uso a metáfora de que receber um diagnóstico de uma doença grave é como estar num voo turbulento. O destino é incerto e o voo vai ser difícil, mas eu tenho uma boa notícia: nós vamos levar você para a primeira classe. O voo vai seguir difícil, turbulento e incerto, mas lá você vai ter mais conforto e uma equipe que é especializada para te acolher, para te atender, para conversar com você, entendeu?”, explicou Tom Almeida, fundador do Movimento inFINITO, que promove diálogos sobre a vida, a morte e os cuidados paliativos.

Ana Claudia Quintana Arantes, médica e escritora, também reforça a importância dessa atenção precoce: “Como nós temos uma atenção muito cuidadosa para todas as dimensões do sofrimento, consegue-se fazer com que essa pessoa tenha um desempenho clínico melhor. Se ela está sem dor, se está dormindo bem, se a família está pacificada e ela tem acesso ao tratamento que é necessário, é isso que vai realmente fazer com que ela viva bem”, destacou a autora de “A morte é um dia que vale a pena viver”, que se apresenta como ativista da cultura de cuidado.

Qualquer pessoa com uma doença que ameace a continuidade da vida pode ser beneficiada por esse tratamento. Um exemplo é Robert Thompson, um britânico de 91 anos que vive em Brasília e há 13 anos é atendido em cuidados paliativos. Paciente do Hospital de Apoio, ele convive com um câncer metastático e dedica seus dias a pintar telas e construir pequenas embarcações de madeira.

Princípios dos cuidados paliativos:
– Propiciam alívio da dor e outros sintomas desagradáveis;
– Afirmam a vida e consideram a morte como um processo natural;
– Não pretendem apressar e nem prolongar a morte;
– Integram os aspectos psicológicos e espirituais do atendimento ao paciente;
– Oferecem um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver o mais ativamente possível;
– Oferecem um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente e em seu próprio luto;
– Melhoram a qualidade de vida e podem influenciar positivamente no curso da doença;
– São aplicáveis no início do curso da doença e, em conjunto, com outras terapias modificadoras de doença destinadas a prolongar a vida (quimioterapia e radioterapia), gerenciando melhor as complicações clínicas angustiantes.

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