O Meliponário e Apiário Mombach surgiu há cinco anos e foi fundado pelo empresário Geovane José Mombach, 40 anos. A atividade, que é facilmente confundida com a apicultura, consiste em criar abelhas sem ferrão de forma racional.
Ao União, o criador contou como que o empreendimento surgiu. “Foi através de um projeto que minha esposa, que é professora, desenvolveu para o Agrinho, em 2018, na Escola Ernesto Milani em Quatro Barras. O objetivo consistia na elaboração de espaços para criação de abelhas sem ferrão – os chamados meliponários – que no projeto recebeu o nome de jardins mel”, inicia. A ideia, segundo ele, contemplava ainda temáticas de educação ambiental no ambiente escolar sobre a importância das abelhas no ecosistema.
O que era para ser apenas um projeto escolar de preservação de abelhas nativas, cresceu e virou uma fonte de renda. “Foi nesse projeto que fui conhecer o funcionamento de um meliponário. Como eu já tinha uma certa experiência com a lida de abelhas eu me propus a aprender a respeito e percebi que poderia se tornar algo rentável”.
Antes de empreender no negócio, Mombach trabalhava como metalúrgico em uma indústria da região. Mas bem antes disso, o fascínio pelas abelhas teve incentivo dos pais. “Meu pai era apicultor e com ele acabei aprendendo as técnicas para criação e manejo das abelhas. Minha mãe também me deu todo apoio e me auxilia até hoje”.
Como todo bom negócio de sucesso, o empreendimento começou de forma modesta e desde então não parou de crescer. “Eu iniciei com uma pequena criação de abelhas no quintal de casa. Aos poucos fui aumentando as colônias e passei a comercializá-las”, inicia.
ExpoCamp
O salto nas vendas das colônias de abelhas aconteceu depois que Mombach participou da 3ª ExpoCamp. “Fui convidado a expor na feira e tive uma visibilidade maior do que eu imaginava. O evento me abriu portas e muitas pessoas passaram a me procurar interessadas em adquirir as abelhas para terem em suas propriedades. A ExpoCamp foi, sem dúvida, um divisor de águas no meu negócio. O prefeito Bihl Zanetti e toda sua equipe está de parabéns por oportunizar esse espaço a nós produtores”, afirma ele, que também passou a participar da tradicional Feira de Artesanato e do Produtor Rural que acontece uma vez no mês no Jardim Paulista.
Hoje, o meliponário situado na localidade do Pocinho, área rual de Campina Grande do Sul, abriga cerca de 150 colônias de abelhas. O empreendimento é regularizado pelos órgãos ambientais e trabalha com 12 espécies de abelhas, sendo as principais delas a Mandaçaia e a Jataí. Além da criação dos insetos, o meliponário também comercializa mel, melato puro, extrato de própolis, iscas e abrigo para abelhas, além do serviço de consultoria para instalação de meliponário.
O que faz o meliponicultor?
Segundo Mombach, o meliponicultor cria abelhas em meliponários – ambientes com equipamentos necessários para a criação racional. “As colônias podem ser produzidas ou multiplicadas em qualquer local, de preferência próximo às matas e florestas. É uma atividade totalmente segura e oferece diversos benefícios, como a polinização das florestas, a extração do mel que pode ser comercializado, entre outros benefícios”, destaca.
Mombach explica que as abelhas possuem comportamentos que facilitam a criação e produção dos recursos. Durante a visita de nossa reportagem ao meliponário, o criador apresentou as curiosidades e detalhes sobre os insetos, a começar pelas colônias que são mantidas dentro de caixas de madeira personalizadas em formato de colmeia ou de casa. Foi possível até mesmo visualizar a abelha rainha em uma das ocasiões, além das chamadas operárias e os berçários com os ovos.
O criador também realiza um trabalho de conscientização ambiental junto às escolas públicas e privadas do município. “É um trabalho que visa conscientizar as crianças com relação a preservação das abelhas destacando a importância delas no meio ambiente. Recentemente estive visitando a Escola Augusto Staben, no Jardim Paulista, onde levei uma caixinha com abelhas para mostrar aos alunos. Eles ficaram encantados e admirados com elas”, comenta.
Espaço para visitação
O trabalho de criação e manutenção das abelhas também soma forças a outro projeto que vem sendo desenvolvido na propriedade de Mombach, que é um espaço de visitação do público. O local, além de se tornar uma atração turística na região, visa se tornar um importante instrumento de educação ambiental.
A ideia, segundo o empresário, é receber visitantes para conhecerem de perto a diversidade de abelhas que abriga o local. Para o atrativo estão sendo instaladas caixas de colônias específicas em uma área de aproximadamente 500 m². O espaço vai oferecer atividades práticas e de manejo das abelhas.
“Será uma oportunidade das pessoas terem contato com as abelhas de pertinho. Teremos visitas guiadas onde vamos abrir a colmeia e mostrar como que as abelhas trabalham e como elas são inofensivas. Teremos ainda a opção dos visitantes provarem do mel retirado na hora direto da colmeia”.
A expectativa dessa primeira fase do projeto é que ele esteja pronto em até dois meses.