O outono chegou e, com ele, dois sabores típicos ganham destaque nas feiras, mercados e mesas do Paraná: caqui e pinhão. Entre os meses de março e junho, as colheitas dessas duas delícias do campo movimentam a agricultura familiar, celebram tradições e reforçam a identidade da região.
Nos pomares, o caqui amadurece com coloração vibrante e sabor adocicado. Seja o rama forte, mais firme e crocante, ou o chocolate, mais macio e suculento, a fruta é colhida manualmente com todo o cuidado, garantindo qualidade e frescor. A produção tem destaque em municípios como Campina Grande do Sul, Quatro Barras e Bocaiúva do Sul, onde muitas famílias garantem renda extra com a venda direta ou nas feiras locais.
Ao mesmo tempo, nas matas de araucária, o pinhão começa a aparecer, sinalizando o início da temporada das fogueiras, das festas juninas e das rodas de conversa com quentão e tradição. A semente da araucária, símbolo do Sul do Brasil, é colhida com autorização ambiental e representa não apenas uma iguaria culinária, mas também um patrimônio cultural e ecológico.
Ambos os produtos têm forte apelo regional. O caqui, por sua doçura e valor nutricional — rico em fibras, vitamina A e C —, e o pinhão, por sua versatilidade na cozinha: seja cozido, assado ou até transformado em farofa, ele é sinônimo de aconchego e sabor da terra.
Para produtores locais, o período é de trabalho intenso, mas recompensador. A colheita manual, o cuidado no transporte e o contato direto com os consumidores tornam o processo mais humano e valorizado. Já para os consumidores, é a chance de saborear alimentos frescos, nutritivos e cheios de significado.
Com a safra no auge, essa é a melhor época para abastecer a despensa com caquis maduros e pinhões fresquinhos — frutos que, mais do que alimentos, contam histórias de gerações.
